A renovação ESG da indústria naval

  • 15/11/2023
  • 13 minutos

O setor marítimo é uma das espinhas dorsais da economia global, conectando nações e permitindo o fluxo contínuo de mercadorias pelo mundo. Nos últimos anos, o segmento vem observando uma série de transformações profundas em sua forma de atuação, muito impulsionada pelas correntes da inovação e da sustentabilidade. 

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Por isso, os estaleiros de todo o mundo têm um papel fundamental. “A renovação da indústria passa por aqui. Nosso compromisso com a redução da pegada de carbono, avanços tecnológicos e com a eficiência operacional impacta todo o setor”,  afirma Jullian Souza, coordenador comercial dos Estaleiros da Wilson Sons.

No Brasil, quem está na vanguarda deste movimento são os Estaleiros da Wilson Sons, que se apresentam com soluções que vão muito além das fronteiras tradicionais de construção, reparo e manutenção de embarcações. “Investimos fortemente em inovação, sempre a aliando aos ganhos de sustentabilidade. Isso nos colocou numa posição única para liderar essa transformação”.

Com o aumento significativo do nível de investimentos de empresas de navegação e o reaquecimento do mercado de energia offshore, o cenário é de crescimento. “O futuro da indústria marítima é promissor”. Confira a entrevista a seguir e descubra como o berço das embarcações já antecipa o futuro da navegação.

Onde a indústria naval se renova

Os estaleiros são instalações industriais onde ocorrem a construção, a reparação e a manutenção de embarcações, como navios, rebocadores, plataformas offshore e outras estruturas marítimas. Equipados com ferramentas, maquinário e mão de obra especializada, desempenham um papel fundamental por se tratarem do berço de toda a indústria marítima e portuária.

Essa indústria, que atualmente concentra 90% de todo o fluxo de comércio internacional, de acordo com dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), está em plena transformação: a onda verde da sustentabilidade trouxe consigo uma série de novos direcionadores que as empresas de navegação em todo o mundo estão perseguindo ativamente.

Entretanto, é aqui que a pressão pela diminuição da pegada de carbono, pela implementação de tecnologias capazes de aumentar a produtividade e garantir ainda mais segurança operacional, estão mais latentes, avalia o executivo. “A atenção que cada estaleiro dá a estas agendas é determinante. A embarcação que sai daqui é o reflexo direto do nosso comprometimento. Por isso, as empresas de navegação em todo o mundo estão estreitando parcerias com estaleiros que possuem sinergia com esses temas”.

Com uma história de mais de 80 anos de atuação dentro do maior complexo portuário da América Latina, o Porto de Santos (SP), os Estaleiros da Wilson Sons se destacam por possuírem uma robusta infraestrutura, composta por duas instalações que totalizam impressionantes 39.000 m², e pela sua dedicação por agregar sustentabilidade e inovação em suas atividades. 

“Estamos na linha de frente das tecnologias que abrem caminho para a sustentabilidade marítima. Nossa vantagem é poder compartilhar essa visão com nossos parceiros”.

Com o único dique seco da região, os estaleiros são reconhecidos como o maior construtor brasileiro de rebocadores. “Essas embarcações são caracterizadas pelo  pequeno porte, motores potentes, alta capacidade de manobra e propulsores azimutais, que possuem a capacidade de girar 360 graus em torno de seu eixo vertical. Atualmente, estamos construindo uma nova frota, também para a Wilson Sons, que segue a notação internacional IMO TIER III e, por isso, emitirá 70% menos óxidos de nitrogênio na atmosfera e consumirá até 14% menos combustível. Dessa forma, conseguimos contribuir para o desenvolvimento sustentável de toda nossa indústria”, explica o executivo. 

Como membro do Carbon Disclosure Project (CDP), organização internacional com foco no gerenciamento proativo da redução da pegada de carbono, a Wilson Sons vem apresentando um desempenho acima da média para o seu segmento. Muito disso é fruto de suas iniciativas ambientais, que também são divulgadas voluntariamente por meio de seu Relatório de Sustentabilidade, que segue as recomendações da Global Reporting Initiative (GRI). Uma delas é o comprometimento com a construção de embarcações mais sustentáveis e a descarbonização de suas atividades:

“Ao investir em processos de construção mais sustentáveis, estamos alinhados com os desafios globais de conservação do meio ambiente e as expectativas crescentes de nossos parceiros por soluções mais verdes.”

Essas soluções são desenvolvidas em conjunto com todo o ecossistema marítimo e portuário, aponta o executivo. Se por um lado a nova frota de rebocadores traz um gerenciamento proativo na aplicação de tecnologias que reduzem as emissões de gases do efeito estufa, por outro, também conta com recursos de engenharia e hidrodinâmica ainda mais potentes, ampliando sua manobrabilidade, um recurso especialmente valioso para a atuação em canais estreitos, como o próprio Porto de Santos. 

Atuando com sinergia com outros negócios da companhia, bem como com polos de inovação e instituições regulatórias, os estaleiros apoiam a renovação da indústria também por agregar inovação no processo de construção de embarcações. “Investimos fortemente em inovação, sempre aliando com ganhos de sustentabilidade. Isso nos colocou numa posição única para liderar essa transformação”.

Estaleiros da Wilson Sons: parceiro estratégico para o futuro da navegação 

Reescrevendo a história da navegação com as letras ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança), os Estaleiros da Wilson Sons têm investido em uma postura consultiva, apoiando a estratégia de construção e de manutenção das embarcações com direcionadores ambientalmente corretos. “Priorizamos a experiência de nossos parceiros, proporcionando novos valores que vão muito além da eficiência operacional. Oferecer soluções mais inovadoras e sustentáveis é o que alavanca relações sólidas e duradouras”.

À medida que a indústria marítima busca adotar tecnologias limpas e práticas sustentáveis, os estaleiros emergem como parceiros estratégicos para o futuro da navegação, não apenas por construir embarcações, mas também por construir um futuro em que a eficiência operacional e a responsabilidade ambiental caminham de mãos dadas, como a recente assinatura de memorandos com sua rede de parceiros.

“Estamos construindo um novo caminho para a indústria marítima brasileira, uma embarcação por vez”.

Adotando um relacionamento estreito com startups do setor, mais conhecidas como shiptechs, a Wilson Sons é parceira do Cubo Itaú, o maior centro de empreendedorismo tecnológico da América Latina, e fundou o Cubo Maritime & Port, primeiro hub de inovação dedicado ao setor na região. Recentemente, a parceria rendeu o lançamento do ArTeMIS, software de monitoramento de embarcações em tempo real desenvolvido em parceria com a Argonáutica, startup brasileira integrante do hub que, inclusive, recebeu aportes da companhia no último ano. “Com essa solução, o comandante da embarcação terá acesso a alarmes pré-estabelecidos em situações de emergência. Além disso, sua integração com fontes externas de dados proporciona, por exemplo, o monitoramento das condições meteorológicas hiperlocais, como maré, corrente e vento, e o entendimento de como essas variáveis afetam a navegação, produtividade e segurança das operações”, afirma o executivo.

Localizado estrategicamente próximo às maiores Bacias de Pré-Sal, os Estaleiros da Wilson Sons também possuem uma vocação inegável para apoiar o setor de energia offshore. Com o anúncio de novos investimentos, a perspectiva é de crescimento, avalia o executivo. “Essa retomada é animadora. O setor de energia é extremamente estratégico para o desenvolvimento sustentável do Brasil, e poder apoiar na transformação verde das embarcações offshore é um privilégio. Por aqui, já fabricamos mais de 20 PSVs (Platform Supply Vessel), 2 OSRVs (Oil Spill Recovery Vessel) e 1 ROVSV (Remotely Operated Vehicle Vessel) sendo os mais tecnológicos que atuam em operações deste tipo”.

Sobre o futuro, Souza é otimista. “O reaquecimento do mercado offshore e o aumento do fluxo de navegação na costa brasileira apontam para um crescimento tanto de construção de novas embarcações quanto de manutenção das atuais. Com a priorização da indústria aos temas ESG, a sinergia que podemos proporcionar a todos os nossos parceiros se fortalece. O futuro da indústria marítima é promissor”.

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  • Estaleiro Wilson Sons vista aérea do pátio