Entenda como funcionam as embarcações de apoio offshore
- 27/04/2021
- 12 minutos
Embora o que venha a nossa mente quando falamos de O&G sejam as plataformas de petróleo e os navios petroleiros, o setor exige uma infraestrutura muito maior para o seu funcionamento.
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Um desses exemplos é a importância das embarcações de apoio offshore na eficiência, na segurança e na produtividade da exploração de óleo e gás. Navios que são preparados para lidar com funções bastante particulares e fundamentais na rotina de profissionais e equipamentos.
Para detalhar melhor como funcionam, convidamos Márcio Panisset, gerente regional de operações da Agência Marítima, com experiência no gerenciamento desse tipo de embarcação, para solucionar as dúvidas sobre o tema. Boa leitura.
O que são as embarcações de apoio offshore?
Plataformas de petróleo são um exemplo bastante simples para entendermos um tipo de operação marítima muito comum na extração de recursos para movimentar o mundo inteiro: são aquelas estruturas fixas ou móveis construídas para operar 24/7 e sem contato com terra firme.
Para elas, existe uma questão logística e operacional muito importante: como abastecê-las com recursos necessários para funcionamento e o bem-estar de seus profissionais? Como lidar com os resíduos provenientes dessa rotina?
É para lidar com esse ponto em específico que existem as embarcações de apoio offshore, tão vitais para essa função que possuem bastante demanda, inclusive no outsourcing internacional.
São navios construídos e/ou adaptados para se tornarem essa ponte entre a base de apoio em terra e as pessoas e equipamentos que estão trabalhando em alto-mar. Ou seja, vitais para a logística, já que qualquer outro meio de abastecimento — como pelo ar — seria complexo ou caro demais, o que inviabilizaria toda a operação.
Que aspectos diferenciam essa embarcação de outros navios?
Não é qualquer navio que pode realizar essa função tão específica e importante. Algumas características bem particulares de condições operacionais exigem das embarcações de apoio offshore uma configuração estrutural diferente. O ponto principal considerado é a complexidade da operação nas plataformas de petróleo.
“Diferente dos navios destinados à navegação mercante”, Márcio explica, “as embarcações de apoio enfrentam um ambiente operacional hostil nas plataformas, sem a segurança de realizar uma operação de carga / descarga atracada, devidamente amarrada em um cais seguro”.
Por estarem em alto-mar, elas precisam lidar com ventos fortes, ondas, correntes marítimas e outros elementos da natureza que inevitavelmente tornam essa operação mais perigosa.
Segundo o especialista, suas principais características devem ser alta manobrabilidade e segurança para operar em condições diversas. A partir dessa necessidade, são determinados equipamentos, estruturas e recursos mais adequados para navios de apoio.
Como as embarcações de apoio offshore funcionam?
Este tipo de embarcação funciona, em sua maioria hoje, com o conceito “Diesel Elétrico”. Isso significa que seus motores principais e Bow Thrusters são elétricos, acionados por geradores que, por sua vez, são acionados por motores diesel menores (com menos consumo de diesel).
A quantidade de geradores pode mudar de acordo com projeto, mas, em geral, essas embarcações contam com quatro geradores principais e mais um de emergência. Dentro do funcionamento por “Diesel Elétrico”, um elemento também vital é o sistema de gerenciamento de energia, ou Power Management System (PMS), que, por meio de seus algoritmos, controla toda relação de oferta e demanda de energia da embarcação.
Bow Thrusters e propulsão azimutal
Esses dois sistemas de propulsores são os principais responsáveis por permitir uma operação segura com as plataformas offshore.
“O Bow Thruster é um propulsor lateral que fica na proa da embarcação e também é usado por Navios de Cruzeiro e de Container”, afirma Márcio. “Os propulsores azimutais se assemelham aos de outros navios, mas seu diferencial é que este gira 360° no seu eixo, aumentando significativamente as possibilidades de manobrabilidade da embarcação”, complementa.
Com a combinação desses dois sistemas, a embarcação de apoio offshore é capaz de realizar manobras em qualquer direção, com facilidade e mesmo com pouco espaço.
Dynamic Positioning
Mas como o navio sabe como utilizar esses sistemas da maneira mais eficiente e segura? Isso é responsabilidade de uma tecnologia chamada Dynamic Positioning.
Esse software faz uma análise de dados coletados em sensores especializados — DGPS, Laser (Fanbeam), Radar (RADius), correntômetro, anemômetro etc. — para determinar a força necessária em cada propulsor e manter a embarcação estável e em deslocamento zero em relação à plataforma.
Sem essas características, a logística offshore seria muito menos eficiente, com propensão maior a danos, desperdícios e acidentes. Por isso é tão importante saber escolher o navio certo para cada função.
Quando uma embarcação de apoio offshore deve ser contratada?
Márcio aponta para um cenário de rotina marítima, comercial e empresarial no mercado offshore que não permite uma resposta universal e formulática para essa pergunta. “Não existe uma receita de bolo”. Isso se dá, segundo ele, à diferença entre o setor de O&G e o mercado geral de afretamento marítimo (maritime chartering).
Enquanto o transporte corriqueiro de mercadorias se dá por oportunidades de afretamento a todo momento, de acordo com carga, trajeto e condições comerciais, o Oil and Gas lida com contratos mais estáveis de médio a longo prazo.
“O momento de contratar pode ser para uma demanda específica e pontual — como uma campanha de manutenção em uma plataforma —, a partir de uma necessidade de rever contratos ou no início de um novo projeto de exploração”, explica.
O importante é ter certeza de que qualquer operação offshore tem, desde seu início, a participação de uma base de apoio e navios especializados nessa logística.
Quais são as soluções Wilson Sons para o apoio offshore?
Há muito tempo no mercado de agenciamento, a Wilson Sons tem experiência e estrutura de referência no Brasil para lidar com essa rotina operacional. A Wilson Sons Ultratug Offshore conta com 23 embarcações, sendo uma das maiores e mais modernas frotas do apoio marítimo offshore com bandeira brasileira.
A maior parte da frota da empresa foi construída no estaleiro do próprio grupo, que tem a capacidade técnica necessária para atender a grande parte da demanda de apoio marítimo do mercado nacional e internacional. Isso inclui diversos serviços, como transporte de equipamentos, lama de perfuração, tubos, alimentos, cimento, entre outros materiais.
Além desses serviços mais relacionados à logística, hoje a frota conta também com embarcação para apoio a operações de mergulho (SDSV) e embarcações para atuação em emergência de recolhimento de óleo em caso de vazamentos (OSRV).
Quando falamos desse setor de O&G, o foco nunca está apenas na plataforma no campo produzindo. Toda uma rede de suporte precisa funcionar em volta dela para que as empresas envolvidas tenham sucesso.
E nesse sentido, as embarcações de apoio offshore têm um papel vital. Elas são a ponte entre quem trabalha em terra e quem está no mar, garantindo otimização, segurança e produtividade.
Que tal então conhecer mais dos serviços relacionados a essa rotina oferecidos pela Wilson Sons? Visite nosso site e entre agora mesmo em contato!