8 iniciativas inovadoras de empresas de comércio exterior

  • 31/05/2022
  • 21 minutos

As formas e métodos de trabalho das empresas de comércio exterior têm mudado consideravelmente nos últimos anos. A principal responsável por essa mudança é a tecnologia. Ela alterou diversos processos e transformou fluxos de trabalhos manuais em digitais, sendo mais ágeis e eficientes.

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Logo, uma empresa de importação e exportação precisa ficar atenta a essas novidades tecnológicas para não perder espaço em seu mercado. Essa atenção deve ser dada às ferramentas que temos na atualidade, bem como as que ainda estão surgindo como tendência.

Foi pensando nisso que resolvemos elaborar este conteúdo. Nele, mostraremos as 8 principais tendências de tecnologia que podem beneficiar as empresas de comex. Continue lendo para conferir!

1. Computação na nuvem

A computação na nuvem é uma tendências que auxilia não apenas as empresas de comércio exterior. Diversos segmentos têm adotado tecnologias desse tipo para armazenar os seus arquivos e sistemas. Basicamente, ela consiste na migração de servidores locais e físicos para outros que estão disponíveis na internet — ou na nuvem, como costumamos afirmar.

Com isso, não existe mais a necessidade de estar fisicamente presente na sede da empresa para executar processos relacionados à atividade de importação e exportação. Os operadores ou responsáveis pelos processos podem realizar as suas atribuições em qualquer lugar que tenha um computador conectado à internet.

A computação na nuvem tem sido utilizada quase que majoritariamente nos arquivos digitais. Mas, atualmente, já existem sistemas que podem ser acessados por um simples navegador na internet. Obviamente, essa tecnologia deve ser acompanhada de processos de segurança muito eficientes, utilizando protocolos e certificados digitais que garantem que apenas pessoas autorizadas possam acessá-los.

Além disso, eles também têm controles de acesso e usuários, garantindo o registro das ações de cada pessoa dentro do sistema. Assim, permite-se um controle eficiente, evitando fraudes, desvios e demais ações indesejadas.

2. Automação de atividades

A automação de atividades também é uma ferramenta valiosa que vem sendo utilizada por empresas, entre elas, as de importação e exportação. Basicamente, trata-se do uso de um sistema operacional que realiza o lançamento ou a atualização de dados de pedidos, transportes, acompanhamento de entrega e outras ações relacionadas ao comércio exterior.

Desse modo, todos os participantes da cadeia têm acesso às informações que necessitam. Ou seja, a empresa despacha uma mercadoria e o cliente é avisado, podendo acompanhar todo o trâmite até a chegada dos produtos em sua sede.

Além de trazer benefícios aos clientes, a automação de atividades também proporciona vantagens interessantes para a empresa internamente. Isso porque os fluxos de trabalho se tornam otimizados, eliminando a necessidade de digitação de dados e outras atividades manuais que podem acarretar pequenos erros os quais, somados, atrapalham a operacionalização do negócio.

3. Aplicação da Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial é uma das principais novidades do século e já vem sendo utilizada por diversos setores da economia mundial. O que há poucos anos era tema de ficção científica, hoje, é uma realidade cada vez mais presente na vida das pessoas e principalmente, das empresas.

Atualmente, a Inteligência Artificial ajuda diversos segmentos a reduzirem custos por meio da automação de processos. Tudo isso de forma segura, assertiva e muito inteligente. Logo, não poderia ser diferente com o comércio exterior.

Constantemente, novos sistemas vêm sendo criados no ambiente brasileiro e no próprio comércio internacional. Em todos os lugares do mundo temos mudanças em procedimentos de importação e exportação utilizando a Inteligência Artificial.

Um exemplo disso são os desembaraços aduaneiros. Essas tecnologias vêm sendo utilizadas para otimizar entradas e saídas de mercadorias, oferecendo aos clientes a possibilidade de acompanhar as suas cargas em tempo real.

O foco da Inteligência Artificial não é “roubar” o lugar do ser humano. Ela tem por objetivo processar uma grande cadeia de dados em apenas alguns segundos, apresentando aos operadores opções de tomada de decisões eficientes que podem ser adotadas.

4. Uso de Blockchain

A Blockchain é uma espécie de livro razão compartilhado, seguro e imutável que foi criado originalmente para facilitar o processo de registro das transações e o rastreamento de ativos que compõem uma rede empresarial. Esse bem pode ser tangível ou intangível. A sua característica de robustez e segurança fez com que a Blockchain fosse usada quase que majoritariamente para o registro de criptomoedas que circulam pelo mundo.

Trata-se de uma ferramenta tão segura que, até os dias atuais, não se têm registros de fraudes envolvendo os dados dos códigos da Blockchain. Tão valiosos são seus níveis de proteção e segurança que até mesmo os governos de diversos países do mundo e empresas que exploram a atividade comercial internacional passaram a enxergar a Blockchain como uma ferramenta que pode ser utilizada no ambiente de importação e exportação.

Com ela é possível executar transações financeiras diariamente sem a necessidade de se conectar a um servidor de uma central de instituições financeiras. Assim, os processos de importação e exportação tornam-se descentralizados, ágeis, seguros e eficientes.

No Brasil, o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), em parceria com a Receita Federal do Brasil, criou a sua própria Blockchain que foi chamada de bConnect. O foco dessa tecnologia é permitir a troca de informações com os Operadores Econômicos Autorizados (OEA).

Também existem previsões para o desenvolvimento da tecnologia que permite o compartilhamento de informações das Declarações Aduaneiras. A intenção do Governo Federal é promover a troca de informações entre os países de forma ágil e segura, assegurando a soberania desses governos.

Assim, essa tecnologia permitirá o compartilhamento de dados entre parceiros comerciais do Brasil, como Argentina, Paraguai e Uruguai.

5. Business Intelligence

Outra tecnologia disruptiva e inovadora que pode ser implementada em uma empresa de importação e exportação é a Business Intelligence, ou inteligência de negócios. O foco desse processo é transformar dados em informações estratégicas para o negócio, assim, trazendo ganhos interessantes em relação a esse mercado.

Entre eles, estão:

  • a otimização do tempo;
  • segurança nas análises e na tomada de decisões;
  • diminuição de custos ao entender os processos que podem drenar os recursos da empresa;
  • clareza sobre eventuais oportunidades;
  • redução de riscos inerentes à atividade.

Esses benefícios são agregados graças às informações que são extraídas do processo de Business Intelligence. Quando analisadas com atenção, é possível utilizá-las para otimizar processos futuros. Vamos mostrar um exemplo de como isso funciona.

É possível criar um banco de dados que utiliza as suas importações passadas como base, extraindo detalhes de Declarações de Importação, além de aproveitar as NCMs ou descrições que já foram aplicadas. Analisando impostos pagos, mapeando exportadores, fabricantes e preços praticados.

Desse modo, é possível criar uma estratégia de trabalho otimizada e com o menor custo, garantindo a qualidade do processo. Outro exemplo que pode demonstrar o uso de Business Intelligence em empresas de comércio exterior é no auxílio à tomada de decisões, especialmente as que incidem sobre a expansão do negócio.

Com os dados obtidos, é possível decidir com mais velocidade e assertividade, garantindo que as escolhas dos gestores, efetivamente, tragam resultados positivos para a operação. Quando tratamos da redução de custos, temos diversas possibilidades. Uma delas é a análise de tarifas ou despesas pagas indevidamente nos últimos anos, que pode acontecer com muita frequência em empresas de comex.

Com um bom processo de inteligência de dados, é possível extrair essas informações e entender em que pontos do negócio estão ocorrendo falhas e gerando custos desnecessários.

Entretanto, uma coisa precisa ficar muito clara: quando tratamos de Business Intelligence, não estamos nos referindo a um sistema ou software específico, como ocorre em outras tecnologias que já mencionamos.

A inteligência de dados é um processo que envolve a participação de várias ferramentas e pessoas. Existem organizações que criam departamentos que têm como foco a análise de dados para a extração dessas informações valiosas que demonstramos neste tópico.

Por isso, não há uma indicação de tipo de sistema ou método de trabalho para a implementação do Business Intelligence. Cada empresa deve entender as suas necessidades e implementar esse conceito de forma única e individualizada, atendendo às demandas específicas do seu negócio.

Apesar dessa máxima, os próximos tópicos demonstram algumas ferramentas que podem ser utilizadas em um setor de Business Intelligence, além de servir a toda a empresa de importação e exportação. Continue lendo!

6. Big Data

O Big Data é um emaranhado de dados armazenados em um servidor na nuvem ou físico. O foco é concentrar todas as movimentações realizadas pela empresa de importação e exportação em determinado período. Mas ele não tem como objetivo a análise desses dados.

A ideia central do Big Data é carregar uma enorme variedade de dados que chegam em grandes e crescentes volumes e com uma velocidade cada vez maior. Eles são mais complexos e vêm de diversas fontes. Desse modo, a empresa deve ter uma grande capacidade de armazenamento para guardar todos esses dados.

Apesar da quantidade de itens armazenados, ele não tem como foco realizar algum tipo de análise ou geração de informações. Isso já é função de outros sistemas que utilizam esses dados para transformá-los em direcionamentos úteis que serão utilizados pela gestão da empresa para tomar algumas decisões importantes.

O Big Data é a principal fonte dos responsáveis pelo setor de Business Inteligence. Isso porque é por meio de dados extraídos desse grande banco que são geradas informações que proporcionam todos os benefícios que mencionamos anteriormente. Vale a pena ressaltar que o Big Data depende de diversos e complexos sistemas de proteção.

Afinal, apesar de conter dados espalhados e sem muita definição, eles podem ser utilizados para entender aspectos importantes da sua empresa. Logo, você não vai querer que eles sejam vazados para a internet. Além disso, atualmente, nós já temos legislações que punem gestores que não cuidam dos dados que são confiados a suas empresas.

Portanto, antes de pensar em ter um sistema de armazenamento de dados em grande volume, é importante dispor de um eficiente processo de segurança dessas informações.

7. Internet das Coisas

A Internet das Coisas é outro conceito que vem ganhando muita importância no ambiente empresarial de modo geral. Assim como a Inteligência Artificial, ela era tema de filmes de ficção científica, mas está cada vez mais perto dos negócios de vários segmentos.

Basicamente, esse é um conceito que pressupõe a interconexão digital entre objetos físicos e a internet. Em outras palavras, trata-se da possibilidade de controlar e acompanhar elementos tangíveis que estão presentes no nosso dia a dia por meio de um sistema. Dessa forma, possibilita-se a coleta e a transmissão de dados que podem ter inúmeras utilizações.

No comércio internacional, essa tecnologia tem sido utilizada para rastrear e detalhar as mercadorias que são transacionadas diariamente entre portos e aeroportos. Além disso, também é possível monitorar a segurança, bem como a condição desses ativos, seja em seu armazenamento ou transporte, até a entrega ao seu cliente final.

8. Integração de sistemas

Por fim, temos como tendência tecnológica para as empresas de comércio exterior a integração de sistemas. Essa ideia é utilizada principalmente para a criação de um setor de inteligência de negócios (Business Intelligence).

Basicamente, o foco é integrar os dados gerados em todas as ações que são executadas no ambiente empresarial. Inicia-se na entrada de uma mercadoria, passa-se por todos os fluxos de trabalho até chegar na finalização do serviço com a entrega ao destino. Ao registrar todos esses elementos em um sistema específico, é possível extrair informações valiosas sobre cada processo finalizado.

Além disso, a integração de sistemas também facilita a entrada de dados no seu Big Data, podendo utilizá-los para gerar relatórios com um grande número de informações no futuro. O uso desses softwares também elimina uma série de trabalhos manuais, tornando o dia a dia da sua equipe ainda mais eficiente e otimizado.

Por fim, nós podemos concluir que as tendências tecnológicas para empresas de comércio exterior têm como foco principal tornar o dia a dia de trabalho mais ágil, otimizado e eficiente. Portanto, é fundamental que as pessoas que trabalham nesse setor tenham atenção a essas novidades para não ficar para trás, sendo deixadas de lado pelo próprio mercado.

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