Estaleiro naval: conheça as características da oficina onde se conserta navios

O estaleiro naval é um espaço muito importante para a indústria do transporte marítimo. Ele consiste em um tipo específico de oficina onde são consertados os navios, mas essa não é a única função dessa instalação. Isso porque, estaleiros também são espaços onde ocorre a construção de novos navios. O que torna essa uma atividade fundamental para o transporte marítimo e para a economia.

Porém, sabemos que o foco, quando se fala em indústria naval, é direcionado para os navios, e poucos sabem da importância dos estaleiros. Neste texto, vamos falar sobre a história desses locais e o quanto são imprescindíveis para a indústria naval. Confira!

O que é um estaleiro naval?

Um estaleiro é uma instalação industrial especializada no projeto, construção e reparo de navios e embarcações. É um local onde ocorrem vários processos de produção, como corte de chapas, soldagem, montagem, pintura e testes finais de navegação. O estaleiro é responsável por coordenar todas as atividades necessárias para produzir embarcações que atendam aos requisitos específicos dos clientes e às normas regulatórias aplicáveis. Além disso, deve garantir a segurança dos trabalhadores e a proteção ambiental durante todo o processo produtivo.

História da manutenção e construção de navios no Brasil

As atividades navais no país remetem aos séculos XVI, quando o país ainda era uma colônia de Portugal. Nessa época, no ano de 1549, era erguido um dos estaleiros mais importantes do século, o Arsenal da Marinha da Bahia, construído pelo Governador Geral da época, o português Thomé de Souza.

Foi um período bastante promissor, pois a construção naval conseguiu se beneficiar da padronização trazida de Portugal, principalmente do estaleiro naval de Lisboa: Junta das Fábricas da Ribeira.

Alguns séculos depois, o Brasil entrava numa fase mais independente em termos de construção de estaleiros. Fundado em 1846, por um brasileiro, o industrial Barão de Mauá, era elaborado o estaleiro em Ponta da Areia, no Rio de Janeiro.

Este estaleiro apresenta um diferencial por ter um papel importante no crescimento da industrialização do país. Um terço dos navios usados na guerra contra o Paraguai foram desenvolvidos no local. Em 1905, ele foi integrado à CCN — Cia. de Comércio e Navegação.

Entre os anos 1950 e 1980, o segmento prosperou no país. O livro Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil, organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o setor naval brasileiro se expandiu sobretudo entre as décadas de 1970 e 1980, com incentivos de Kubitschek, somados ao crescimento da economia mundial e ao apetite do empresário brasileiro. “Ao final da década de 1970, o Brasil era mundialmente reconhecido como um dos mais capacitados construtores de navios, alçando o segundo lugar no ranking mundial em termos de volume de encomendas”, diz a publicação. 

Já no fim dos anos 1990, formou-se um período decisivo para a história da indústria. Nessa época, a Petrobrás lançava o Prorefam I (Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo I). A ideia é que na primeira etapa do programa fossem construídas, durante oito anos, 22 embarcações.  

A segunda etapa veio em 2003, com um pedido de construção de mais 30 navios e 21 processos de modernização. De 2008 a 2016, a Petrobras lançou, junto a PDP (Política de Desenvolvimento Produtivo), a terceira etapa do programa com mais investimento e a contratação prévia de 146 novas embarcações. Esse aumento teve forte relação com o pré-sal.

Benefícios à economia local

Durante os anos, principalmente entre a década de 2000 e 2010, os estaleiros nacionais trouxeram muitos benefícios para a economia local. Nos anos de 2004 a 2014, a indústria chegou a crescer 19,5%, impulsionada pelo pré-sal e as possibilidades de descoberta de petróleo no território nacional.

Também houve a ajuda de fundos, como o da Marinha Mercante, que auxiliou no desenvolvimento da economia do setor.

Geração de empregos

O crescimento econômico contribuiu para mais construções de embarcações. Assim, 80 mil empregos diretos e 400 mil indiretos foram gerados entre 2000 e 2013, segundo o Ipea, além da qualificação da mão-de-obra da cadeia produtiva de óleo e gás e desenvolvimento da economia dos municípios onde os estaleiros foram instalados. 

Em 2011, estimativas conservadoras do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) previam a criação de 15 mil novos empregos até 2014, considerando como principais fatores para isso a abertura de novos estaleiros, uma maior demanda da Petrobras e a carteira de encomendas dos estaleiros e a construção de mais navios com a aprovação das prioridades de financiamentos do FMM para a manutenção dos 59.000 postos de trabalho daquele ano.

Profissionais que trabalham em estaleiros navais

Entender o funcionamento de um estaleiro naval tem relação direta com compreender sobre quem são as pessoas por trás das construções. Aqui, vamos conhecer os principais profissionais que trabalham nos estaleiros. Confira!

Riggers

Os riggers realizam o levantamento e movimentação das estruturas pesadas de uma embarcação. Também são profissionais que lidam com andaimes e peças de peso moderado.

Encanadores

O encanador naval é responsável pela instalação, manutenção e reparo dos sistemas de tubulação e encanamento em embarcações e em instalações portuárias. No estaleiro, suas atribuições incluem a leitura de projetos e desenhos técnicos para a instalação de sistemas de tubulação, a seleção de materiais e equipamentos necessários, a realização de cortes e ajustes nas tubulações, a soldagem e a instalação de conexões e válvulas.

Além disso, o encanador naval também é responsável pela realização de testes de pressão e vazamento nos sistemas instalados, a fim de garantir a segurança e eficiência dos equipamentos e sistemas. O encanador naval deve ter conhecimento em normas e regulamentações de segurança e meio ambiente, e seguir procedimentos operacionais padrão de acordo com as diretrizes da empresa.

Eletricistas

Todo o sistema elétrico do navio é gerenciado e monitorado pelos eletricistas. Eles são encarregados das instalações dos cabos elétricos, bem como dos equipamentos eletrônicos, como luzes, painéis de controle, entre outros afins.

Montadores estruturais

O montador estrutural em um estaleiro é responsável pela construção, montagem e instalação de estruturas metálicas em navios e plataformas offshore. Suas atribuições incluem a leitura e interpretação de desenhos técnicos, a seleção e preparação dos materiais necessários, a montagem e ajuste das estruturas e a soldagem de peças e componentes.

O montador estrutural deve estar apto a utilizar ferramentas manuais e equipamentos de soldagem, além de seguir as normas de segurança e procedimentos operacionais padrão estabelecidos pela empresa. É importante que o montador estrutural tenha conhecimento sobre as características dos materiais utilizados e das técnicas de soldagem, além de estar atualizado em relação às normas e regulamentações de segurança e meio ambiente aplicáveis à atividade. O trabalho do montador estrutural é essencial para a construção de navios e plataformas seguras e eficientes, e exige habilidades técnicas e precisão na execução das tarefas.

Soldadores

Os soldadores são os profissionais responsáveis por fazer a soldagem das estruturas metálicas do navio. Muitos dos estaleiros contam com, inclusive, locais de treinamento para a formação desses profissionais.

Pintores

O pintor em um estaleiro é responsável pela aplicação de tintas e revestimentos protetores nas superfícies de navios e plataformas offshore. Suas atribuições incluem a preparação das superfícies, que pode envolver a remoção de ferrugem e outras impurezas, a aplicação de primer e a pintura final. O pintor deve ter conhecimento sobre os tipos de tintas e revestimentos disponíveis e apropriados para cada tipo de superfície e ambiente, bem como as normas de segurança e meio ambiente aplicáveis à atividade.

Além disso, o pintor deve seguir as especificações técnicas do projeto, garantindo que a qualidade e o acabamento do trabalho estejam de acordo com as exigências do cliente. A habilidade manual e o olhar crítico do pintor são essenciais para a obtenção de um resultado satisfatório, pois a pintura é uma das etapas finais do projeto. O pintor deve estar atento à manutenção dos equipamentos e ferramentas utilizadas, bem como à segurança pessoal durante a execução das tarefas.

Carpinteiros

O carpinteiro em um estaleiro é responsável pela construção e reparação de estruturas de madeira ou isolamento de tubulação em navios e plataformas offshore. Suas atribuições incluem a leitura e interpretação de desenhos técnicos, a seleção e preparação dos materiais necessários, o corte e o ajuste das peças, a montagem e a instalação das estruturas. O carpinteiro deve estar apto a utilizar ferramentas manuais e elétricas para a execução das tarefas, bem como seguir as normas de segurança e procedimentos operacionais padrão estabelecidos pela empresa.

É importante que o carpinteiro tenha conhecimento sobre as características da madeira ou mantas térmicas e das técnicas de construção, bem como estar atualizado em relação às normas e regulamentações de segurança e meio ambiente aplicáveis à atividade. O trabalho do carpinteiro é essencial para a construção de navios e plataformas seguras e eficientes, e exige habilidades técnicas e precisão na execução das tarefas.

Engenheiros e arquitetos navais

Os arquitetos navais têm a responsabilidade de elaborar o projeto do navio, incluindo criar o design, fazer os cálculos de estabilidade e resistência e desenvolver os modelos de produção em 3D e os desenhos em 2D.

Engenheiros em geral

Os engenheiros conseguem atender diferentes áreas em um estaleiro, porém, é comum que sejam contratados para trabalhar na fabricação e instalação de tubulações e suas conexões. Eles ainda cuidam da instalação dos motores a diesel, hélices, entre outros.

Estaleiro da Wilson Sons

A Wilson Sons é uma empresa com história, quando o assunto é a construção de navios. Com mais de 80 anos de atuação, a companhia investiu não só em tecnologia, mas também na infraestrutura de seu estaleiro para oferecer todo o suporte necessário para a composição de diferentes embarcações. 

• Qualificação da equipe de profissionais;
• Sistema dique-seco, oferecendo segurança e as melhores condições para a construção;
• Parcerias estratégicas;
• Proximidade a pontos táticos, como o aeroporto internacional de São Paulo e atuação dentro do porto de Santos.

Pioneira na construção de rebocadores sustentáveis

A Wilson Sons conta com um sistema de rebocagem e opera em 30 portos e terminais do país, sendo a única a oferecer esse serviço. Além disso, possui muita credibilidade graças às suas certificações e obteve o status de Classe Mundial em Segurança pela Dupont. Ademais, a Wilson Sons é membro do CDP (Carbon Disclosure Project) e constrói rebocadores que atendem às normas ambientais globais.

Como uma oficina que repara navios, o estaleiro é uma importante instalação para a frota do país. Seja para o transporte comercial, militar ou de lazer, é fundamental que este espaço empregue não apenas profissionais qualificados, mas também conte com uma infraestrutura robusta e forneça os equipamentos necessários para construções eficientes, como é o caso dos estaleiros da Wilson Sons.

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