Inovação logística: 4 tendências para ficar de olho nos próximos anos

  • 03/08/2023
  • 12 minutos

Os portos são essenciais para a economia brasileira, uma vez que ajudam a transportar toneladas de mercadorias. Logo, o modal marítimo tem uma função primordial no gerenciamento da cadeia de suprimentos. Mas, para o processo ocorrer de forma otimizada e sem falhas, é válido contar com algumas tendências em inovação logística.

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Nesse sentido, é bom ressaltar a necessidade de contar com novas tecnologias para reduzir gastos, melhorar operações logísticas e fidelizar clientes. Assim, é possível diminuir deslocamentos das movimentações, evitar desperdícios e melhorar a gestão das atividades. Conheça agora as principais tendências inovadoras na área!

4 tendências da inovação logística e os impactos nas operações portuárias

As inovações logísticas estão revolucionando o mercado e conseguem impactar positivamente até mesmo as operações do setor portuário e marítimo — afinal, são grandes aliadas durante a realização de várias atividades.

Por isso, a empresa que deseja se destacar e potencializar resultados deve ficar atenta às novas ferramentas e soluções disponíveis. Além disso, é fundamental conhecer suas aplicações e como elas podem ser utilizadas no dia a dia. Confira as principais!

1. Ship techs com soluções integradas

As empresas que atuam com soluções tecnológicas voltadas ao setor marítimo e portuário são conhecidas como ship techs. A tendência é que elas potencializem os resultados e se destaquem ainda mais no mercado, tendo em vista que ofertam serviços cada vez mais integrados.

E soluções integradas trazem para a logística marítima um maior potencial de crescimento. Para se ter ideia, o Mapeamento de Startups Marítimas, realizado pela Wilson Sons, mostra que até 2030 o mercado global de ship techs deve valer cerca de US$ 278 bilhões.

Isso representa uma taxa de crescimento anual de 8,4%. O estudo global inédito ainda observou a atuação e os projetos de startups e hubs de inovação focados no desenvolvimento de soluções para o setor. Uma das maiores movimentações é a aquisição de tecnologia em startups ou em outras pequenas empresas.

Alguns casos de integração em andamento já apresentam bons resultados. Uma parceria que merece destaque é da Wärtsilä com a startup canadense Portlink. Elas atuaram conjuntamente em projetos, como:

  • desenvolvimento do Port Management Information System (PMIS) para o Tanger Med, maior porto da África;
  • modernização do Callao Port Authority, no Peru;
  • criação da primeira solução de Smart Port para o Porto do Açu.

 2. Colaboração e compartilhamento de dados

Como vimos, diversas organizações já realizam projetos em conjunto com outros players. Entretanto, a realidade não é a mesma no setor marítimo. Mas essa cultura tende a mudar com a necessidade da colaboração e do compartilhamento de dados para conseguir mais eficiência e produtividade.

Nesse novo cenário, existem exemplos de sucesso. Em dezembro de 2021, a SPA, a Wilson Sons e a DockTech assinaram um acordo de cooperação técnica. O objetivo era o aperfeiçoamento e o uso de tecnologia inédita de monitoramento em tempo real da profundidade operacional do canal de navegação e acesso aos berços de atracação do Porto de Santos.

As vantagens de colaborar e compartilhar dados visando o crescimento conjunto são expressivas para o setor. Veja o que é conquistado nesse sentido:

  • ganhos logísticos por meio da integração dos diferentes elos da cadeia presentes na região;
  • avanços regulatórios impulsionados por meio de subsídios;
  • soluções inovadoras para desafios tecnológicos grandes demais para serem resolvidos apenas por um player;
  • desenvolvimento de startups e empreendedores ao redor das maiores empresas da área.

3. Mudanças regulatórias com foco em descarbonização

Além da necessidade social, existem regulamentações ambientais que exigem a diminuição de gases capazes de potencializar o efeito estufa. Por isso, muitas organizações do setor marítimo e portuário estão adotando operações mais sustentáveis e limpas, buscando garantir a redução da emissão de carbono durante suas operações.

Em 2020, por exemplo, a Organização Marítima Internacional (IMO) publicou uma regulamentação que exigia a diminuição do teor máximo de enxofre no óleo combustível de navios de 3,50% para 0,50%.

A Organização das Nações Unidas também se movimenta para gerenciar e proteger de forma sustentável os ecossistemas marinhos e costeiros da poluição, bem como abordar os impactos da acidificação dos oceanos.

Esse é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e sua relevância pede novas formas de operar, incluindo na parte logística do setor. Segundo um estudo realizado pelo Boston Consulting Group (BCG), a indústria naval precisa investir cerca de US$ 2,4 trilhões para zerar suas emissões de carbono até 2050.

4. Operação remota ou autônoma de navios e portos

É perceptível que a automação está interferindo positivamente nas operações marítimas, uma vez que gera mais oportunidades, diminui as chances de erros, reduz os prejuízos ambientais e garante maior eficiência com uma logística inovadora. Algumas pesquisas mostram, por exemplo, que 70% dos acidentes marítimos ocorrem por erro humano.

Indo além dos drones e veículos com essa característica, as embarcações remotas ou autônomas já fazem parte disso:

  • ao longo da Costa do Golfo dos Estados Unidos, você encontra locadoras de controle remoto empurradas por barcaças de petróleo;
  • na Noruega, um navio elétrico transporta fertilizantes por meio dos fiordes com uma tripulação reduzida;
  • uma empresa japonesa de fretes enviou um navio de 313 pés sem tripulação por 236 milhas de águas costeiras;
  • uma embarcação autônoma da Sea Machines completou uma jornada de 1.000 milhas náuticas sem falhas.

Mas, enquanto a maior parte das operações ainda não são autônomas, vários avanços já vêm sendo feitos, como:

  • controle autônomo em pontos específicos da operação, que liberam a tripulação para outras atividades;
  • controle autônomo ou remoto para intervir na navegação em situações de risco ou em outras necessidades;
  • geração de alertas de desvio de trajeto, identificação de fadiga ou presença de riscos nas operações.

O que era visto como algo distante já é realidade em diversos portos pelo mundo. E as agências marítimas que almejam resultados promissores e mais eficientes precisam ficar atentas às novas tecnologias e às tendências de inovação logística para o setor, como estas que apresentamos neste artigo. Gostou do que leu até aqui? Então, aproveite para baixar o Mapeamento de Startups Marítimas e Portuárias e conheça os cases para cada uma destas tendências. Boa leitura!