[INFOGRÁFICO] Entenda quais os impactos da abertura do mercado de gás no Brasil

  • 17/12/2019
  • 11 minutos

Com iniciativas importantes do governo, o mercado de gás no Brasil está entrando em uma nova fase de investimentos privados e competição mais acirrada — o que deve trazer mais avanços, empregos e consequências positivas na infraestrutura no país.

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Quer entender como o decreto de julho de 2019 está impulsionando essa mudança e qual seu potencial de transformação para as empresas nacionais e internacionais? Nós contamos com a ajuda de Elísio Dourado, Gerente Regional da Wilson Sons Rebocadores, para conversar sobre o assunto. Acompanhe!

O mercado de gás no Brasil

Mesmo com as primeiras iniciativas do governo para a quebra do monopólio estatal e abertura de mercados de óleo e gás tendo ocorrido ainda na década de 1990, poucas iniciativas de fato expandiram a exploração e distribuição desse tipo de produto dentro do território nacional.

Isso levou a uma certa estagnação, com pouca atividade na área nos últimos anos e menos movimentação para o potencial produtivo do país. Essa foi uma das razões pelas quais, em julho de 2019, foi decretado o programa “Novo Mercado do Gás“, considerado um marco para o setor energético brasileiro.

A ideia da iniciativa é dar dinamismo e competitividade à capacidade de exploração e distribuição do recurso no Brasil pela parceria com a iniciativa privada, que agora é incentivada a injetar investimentos e tecnologia em todas as etapas dessa cadeia — desde a melhora na infraestrutura até processos operacionais.

Como Elísio pode nos contar em primeira mão (trabalhando diretamente em um desses processos), este novo momento do mercado já começou: “participamos ativamente do primeiro investimento privado nesse setor, a termelétrica e terminal de regaseificação da Celse em Aracaju. Além desse projeto, já temos mapeados mais um grande investimento com a entrada em operação da GNA (Gás Natural do Açu) em 2020.

A oferta de LNG originada pelo pré-sal fará os projetos nesse setor intensificarem, inclusive, com o aumento do transporte de LNG pelo modal da cabotagem. Nossa frota já está dimensionada para atender esses novos projetos.”

Os impactos para a economia do país

A atração de investimentos para o setor não significa apenas um impulsionamento das empresas dentro dele, mas um grande impacto para toda a economia brasileira. A ideia é que esse momento afete o nosso país em dois aspectos importantes para o desenvolvimento:

  • de um lado, a entrada de capital privado estrangeiro pode fortalecer a moeda e servir como um chamariz para investimentos em outros setores fundamentais;
  • por outro, a quebra do monopólio na distribuição de gás pode gerar uma queda no preço, o que beneficia tanto a população brasileira quanto a capacidade de exportação das empresas.

Esse impacto, inclusive, já vem sendo observado pelo mercado, como Elísio aponta: “já percebemos uma nítida recuperação de atividade nesse segmento. Após um ano de 2018 com poucas operações ligadas ao setor, em 2019 o volume aumentou significativamente.

Esperamos um 2020 e 2021 ainda melhor devido às últimas rodadas de concessões e uma maior participação das IOCs nos leilões, descentralizando os investimentos no setor.” Toda competição traz avanços para uma área de mercado, mas isso é ainda mais impactante quando falamos do setor energético — o motor que impulsiona a indústria e o comércio.

Os impactos para o setor de O&G

Falando mais especificamente sobre as empresas do setor de O&G, podemos tratar o decreto de abertura do mercado de gás no Brasil como uma era de oportunidades. A perspectiva é que os novos investimentos cheguem à ordem de 240 bilhões de reais e afete toda a cadeia desde a exploração até o consumidor final.

Esse impacto não vem apenas das concessões e do investimento direto, mas também de uma preparação de todas as iniciativas em volta desse momento para crescer junto à economia atrelada a O&G.

A própria Wilson Sons Rebocadores é um exemplo disso, como Elísio nos conta: “participamos tanto do período de instalação das unidades, prestando serviço para as EPCistas quanto nas operações portuárias quando os terminais entram em operação.

A WS rebocadores tem uma forte atuação nesse setor, com rebocadores com elevada potência e dotados de sistemas de combate de incêndio FiFi 1 que garantem uma camada extra de segurança nas operações.

Sem dúvida a cultura de SMS do grupo WS nos credencia a ser um player com destaque nesse setor. Já operamos em Pecém, em um contrato de longo prazo com a Petrobras e vamos iniciar em outubro um outro contrato de longo prazo com a Celse em Aracaju.”

Esse é o tipo de pioneirismo que se espera das empresas ligadas ao setor nos próximos anos. A entrada de novos investimentos e novas empresas podem trazer estratégias inovadoras, processos produtivos mais eficientes e uma otimização em todo o caminho do gás natural no Brasil.

As previsões para a abertura do mercado de gás

Embora os primeiros investimentos já estejam chegando, ainda há um pouco de incerteza sobre o quanto vai demorar para que a abertura do gás brasileiro demonstre todo seu potencial.

A questão principal é tributária e de infraestrutura para escoamento do gás. O atual modelo de tributos ainda necessita de melhorias para fomentar as trocas comerciais entre os estados e a atual rede de gasodutos é precária frente à futura demanda.

Mas o que é inevitável é que esses investimentos cheguem. Muitas dessas concessões já estão na mira de empresas grandes internacionais, principalmente europeias — Shell, Equinor, Repsol, Galp, Engie.

Elísio explica que “são investimentos de longo prazo, que geram uma quantidade significativa de empregos na construção da infraestrutura necessária. Também ajudam na melhoria da infraestrutura de logística do país. Sem dúvidas as grandes petrolíferas estrangeiras tendem a ter um papel de protagonismo nesse setor.”

E se esse processo é inevitável e seu impacto será positivo, a visão para o futuro é de desenvolvimento e competitividade. Todas as empresas relacionadas ao mercado de gás no Brasil terão sua oportunidade de aproveitar uma nova era e se destacar com inovação, eficiência e tecnologia. A sua está pronta para isso?

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