Modalidades de pagamento na exportação: como escolher?

  • 04/10/2022
  • 11 minutos

Quem deseja impulsionar o negócio para além do mercado nacional, mas não tem muito conhecimento a respeito do comércio exterior, deve se informar sobre como funcionam os processos para exportar mercadorias. Entre outros fatores, conhecer as modalidades de pagamento na exportação é fundamental para a negociação internacional.

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Por isso, neste conteúdo, mostraremos quais são os diferentes tipos de modalidades de pagamento na exportação. No decorrer dos próximos tópicos, você conhecerá os principais riscos, responsabilidades, direitos, deveres e particularidades que cada categoria oferece. Continue a leitura e confira!

Quais são as modalidades de pagamento na exportação?

Em meio às opções disponíveis, existem alternativas que favorecem a agilidade e reduzem a burocracia, mas, em contrapartida, não proporcionam garantias para ambas as partes. Já outras formas de pagamento têm processos burocráticos, mas resguardam os dois lados da negociação.

Veja a seguir quais são as principais modalidades de pagamento na exportação!

Pagamento Antecipado

Sem dúvida, essa é uma das modalidades de pagamento mais vantajosas para o exportador, visto que o importador deve pagar pela mercadoria antes que ela seja enviada. Ou seja, o embarque da carga só é realizado a partir do recebimento de dinheiro, o que também implica na conservação da taxa de câmbio do dia.

Na negociação internacional, o importador assumirá os riscos de possibilidades de atraso, extravio ou, até mesmo, não envio da mercadoria, o que ressalta a importância de que as negociações sejam sempre baseadas em credibilidade e confiança.

Na prática, o importador realizará o pagamento por meio de uma instituição bancária em seu país, enquanto o exportador receberá pela remessa por meio de seu respectivo banco, assumindo a responsabilidade pelo contrato de câmbio e se encarregando do despacho da carga e das documentações necessárias.

Remessa direta de documentos (sem saque)

Para quem não gosta de lidar com burocracia e preza pela agilidade no processo de exportação, essa é a modalidade mais indicada, pois funciona de maneira mais direta, como consta no próprio termo. Em suma, o exportador envia a carga e os documentos necessários para o importador antes mesmo de receber o dinheiro, papel invertido em relação à modalidade anteriormente citada.

Além disso, na remessa direta de documentos não há instituições bancárias intermediando a operação. Isso pode colocar o exportador em uma posição vulnerável a riscos, uma vez que sua única garantia é o compromisso de pagamento estabelecido na negociação. Por isso é tão importante que exista uma relação baseada em confiança entre as partes.

Cobrança documentária

Essa é uma modalidade que proporciona muito mais segurança tanto para o exportador quanto para o importador, porém, em termos de burocracia, é mais complexa e demorada.

Nesse formato, primeiramente, o exportador deve embarcar a carga e enviar a documentação de despacho aduaneiro e de embarque por meio de uma instituição bancária intermediária. Ela se responsabilizará pela análise e conferência dos documentos para, posteriormente, enviá-los ao banco do importador. Por fim, a instituição bancária do importador deve realizar o mesmo procedimento de análise para, somente então, repassar ao comprador final.

A documentação disponibilizada pelo exportador só ficará disponível para o importador mediante o pagamento da fatura comercial, que é definida no ato da negociação internacional. O importador poderá negociar o pagamento à vista ou a prazo e, após acertar a compensação, receberá todos os documentos para realizar o despacho aduaneiro de importação e o recebimento da carga.

Esse processo de intermediação de bancos terceiros aumenta os custos, mas garante maior formalidade e segurança para ambas as partes da negociação. Entretanto, vale lembrar que, ainda que o importador compareça ao banco, assine o saque e retire a documentação, o exportador corre o risco de que os prazos de pagamento não sejam cumpridos. Sendo assim, essa modalidade de pagamento tem um grau de segurança intermediário.

Carta de crédito (Letter of credit ou L/C)

Por fim, mas não menos importante, a carta de crédito é uma alternativa intermediária, que visa garantir segurança para ambas as partes envolvidas na negociação internacional e, portanto, é uma das modalidades de pagamento na exportação mais escolhidas no comércio exterior.

Basicamente, o importador solicita ao seu banco a emissão de uma carta de crédito, na qual se estabelecem todas as condições da negociação, como beneficiário (exportador), valor da compra, prazos de pagamento e validade, faturas, descrição da mercadoria, certificados, pontos de destino e embarque e todos os documentos envolvidos no processo de exportação.

A partir desse momento, a carta de crédito assume o papel de garantidora do cumprimento dos pagamentos que o importador deverá realizar, já que está assumindo o compromisso com sua instituição bancária. Assim, o exportador também assume que cumprirá com os termos e obrigações estipulados na negociação e na carta de crédito, o que serve de garantia para o importador.

As modalidades como peça-chave para sua negociação internacional

No contexto do comércio exterior, a modalidade de pagamento tem um papel fundamental não apenas na forma em que os recursos financeiros serão repassados, como também influencia diretamente nos riscos, custos e responsabilidades entre o importador e o exportador.

Afinal, é com base neste aspecto que uma série de outros fatores são definidos, por exemplo, o modo pelo qual o transporte será realizado, os direitos e deveres assumidos e os riscos de perdas e garantias. Todas essas questões se relacionam com a tomada de decisão sobre a modalidade de pagamento na exportação, que deve ser determinada no ato da negociação.

O fato é que, ao lidar com atividades de comércio exterior, o empreendedor se relaciona com culturas e costumes diferentes e, por isso, precisa ter familiaridade com determinados assuntos: “É preciso ter um banco terceiro para formalizar a transação?”, “Meu parceiro comercial integra uma companhia idônea?”, “Qual importância da validação contratual escrita, gestual e/ou verbal para o negociante?”. “As rotas de transporte são seguras?”.

Dado o contexto, as modalidades de pagamento têm um papel determinante na negociação internacional, já que atuam como um voto de confiança entre as partes, de modo que ambas sintam-se confortáveis em assumir determinados riscos, em prol de uma relação comercial lucrativa e duradoura.

Como você pôde ver, existem diferentes modalidades de pagamento na exportação, tendo cada uma os seus pontos positivos e negativos, riscos e responsabilidades. Mostramos também o importante papel que elas têm nas negociações internacionais.