O guia completo da movimentação de carga para aumentar eficiência logística
- 21/03/2024
- 25 minutos
No contexto da movimentação de carga, a eficiência logística se torna fundamental. Afinal, esse setor é estratégico e representa um diferencial competitivo.
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Portanto, é necessário aplicar diferentes práticas que visem a melhoria da atividade. Para entender o que vale a pena fazer para alcançar bons resultados, criamos este guia completo da movimentação de carga para aumentar a eficiência logística.
Então, que tal saber mais? Continue lendo e aproveite o conteúdo.
O que é a movimentação de carga?
A movimentação de carga se refere às técnicas usadas para transportar ou içar um ativo. De modo mais abrangente, abrange diferentes etapas. Assim, compreende desde o momento em que o produto sai da linha de produção até seu embarque ou desembarque.
Geralmente, a atividade depende de máquinas e equipamentos. Quando alcança esse propósito, tende a aumentar a produtividade e a qualidade do serviço. De forma indireta, chega a contribuir com as vendas e a fidelização dos clientes.
Além disso, tem o objetivo de otimizar os processos operacionais, tanto internos quanto externos. Vale a pena reforçar que todo o trabalho de movimentar cargas deve atender aos parâmetros de qualidade e segurança da Norma Regulamentadora 11 (NR 11).
Ela destaca quais princípios são fundamentais nessa atividade e as medidas de proteção necessárias. Nesse sentido, é preciso contar com os equipamentos certos e garantir que a equipe realize capacitações periódicas.
Quais são os equipamentos de movimentação de cargas?
Existem diferentes equipamentos de movimentação de cargas passíveis de utilização. Todas as alternativas podem atender à demanda da sua empresa. No entanto, essa escolha precisa ser bem embasada.
Isso porque a decisão incorreta leva à ineficiência no processo. Logo, tende a haver ociosidade dos equipamentos e desperdícios de recursos — dois aspectos que se traduzem em elevação de custos. Então, o que avaliar?
O ideal é fazer um estudo de logística para identificar o produto a ser movimentado e a área disponível para essa operação. Em seguida, também é importante considerar o tipo de atividade que será realizada para conferir as possibilidades de equipamentos.
Aqui, pode ser feita a movimentação manual de cargas, realizada por um ou mais colaboradores. Ela tende a ser mais cara e ineficaz, sem contar que coloca em risco a saúde dos profissionais.
Outra opção é a movimentação de carga suspensa. Essa é uma atividade de levantamento e transporte de itens pesados que ocorre em altura. Portanto, depende diretamente do uso de equipamentos apropriados.
Agora, quais são os principais equipamentos? Veja a seguir.
Empilhadeira
É voltada para a carga e a descarga de mercadorias, geralmente paletizadas. Pode suportar itens que variam de 1.000 a 16.000 kg. Algumas das alternativas mais utilizadas são:
- Empilhadeira retrátil: é um modelo compacto e ideal para ambientes pequenos. É uma opção prática, porque tem uma torre que se movimenta pelos comandos do operador;
- Empilhadeira patolada: é mais econômica para a gestão empresarial. O operador fica em pé, o que permite adequar esse equipamento às demandas da operação. O acionamento dos movimentos de tração e elevação é feito de forma eletrônica;
- Empilhadeira contrabalançada: costuma requerer que o operador fique sentado e que o ambiente seja mais largo. Por isso, é ideal para distâncias mais longas.
Transpalete
Consiste em uma opção ideal para deslocar materiais a baixo custo. No entanto, realiza somente a movimentação horizontal da carga. Portanto, não serve para o trabalho em altura. Por outro lado, conta com rodas, que facilitam o transporte. As opções mais comuns de transpaletes são:
- Manuais: são recomendadas para o transporte em docas e armazéns. A capacidade de carga chega a 2.500 kg;
- Elétricas: são acionados de forma elétrica. Por isso, são indicados para a movimentação a média distância.
Guindaste
Costuma ser usado na construção civil e em terminais portuários e aeroportuários. É ideal para cargas maiores e mais pesadas. Existem vários tipos de guindastes. A divisão é feita da seguinte forma:
- Grua: faz a movimentação horizontal e vertical da carga. Tem controle eletrônico, o que ajuda na economia de energia;
- Pinça ou multiangular: é bastante usada na construção civil por ser facilmente desmontada. O guindaste, normalmente, é treliçado. Além disso, um contrapeso estabiliza o equipamento;
- Pórtico: são comuns em portos, a fim de descarregar e manobrar grandes containers, inclusive na modalidade part cargo. A capacidade de carga é de até 20 containers de 20 metros cúbicos;
- Grua florestal: é voltado para o carregamento de toras de madeira em carretas ou caminhões específicos. Por exemplo, produção de carvão vegetal, papel e celulose. Também serve para abastecer caldeiras;
- Munk: é o chamado guindaste rodoviário, também usado na construção civil. Isso porque simplifica a montagem de estruturas metálicas e tanques. Geralmente, sua montagem ocorre sob caminhão de chassi.
Transelevador
É um robô criado para armazenar produtos de forma automatizada. Pode se deslocar no armazém e alocar mercadorias na altura. Tem alta precisão em sua movimentação, o que permite agilizar os processos de separação de pedidos e armazenagem. Os tipos de transelevador são:
- Unit loads: fazem o uso de paletes para manipular os itens. Por isso, tendem a ser mais pesados;
- Mini loads: armazenam os produtos em caixas ou unidades.
Ponte rolante
É usada para o manuseio de produtos pesados que ficam em uma área predeterminada. Também serve para o transporte de mercadorias diferenciadas e desajeitadas, como os materiais a granel. Pode ser:
- Apoiada: passa pelo topo da viga, correndo por cima dos trilhos de rolamento;
- Suspensa: percorre o fundo da viga. Ou seja, fica por baixo dos trilhos do caminho de rolamento;
- Uni-viga: tem duas cabeceiras e uma viga. Além disso, um ou dois carros trolley sustentam a talha e correm na aba inferior;
- Dupla-viga: contém duas cabeceiras e duas vigas. Também tem um ou dois carros trolley, mas eles ficam na aba superior.
Comboio
É um equipamento com diferentes compartimentos. Tende a ser usado para transportar cargas volumosas, como vagões pequenos. A vantagem é o fato de serem flexíveis, simples e de baixo custo.
Esteira transportadora
Facilitam a localização e o transporte de mercadorias. Além disso, garantem segurança e agilidade nesses processos, já que deixa de ser necessário ter um funcionário para a movimentação e o carregamento das cargas.
Quais são os tipos de movimentação de cargas?
Os diferentes equipamentos apresentados anteriormente podem ser usados em diferentes tipos de operações. Conhecê-los é fundamental para estabelecer o melhor processo para a saída de mercadoria da fábrica até chegar ao destino final. Confira a seguir.
Pier to pier
A movimentação porto a porto, como também é chamada, envolve dois terminais marítimos. Ela indica a mercadoria conteinerizada no porto já no embarque. Ao desembarcar, é feita a retirada do container, com o transporte executado conforme a conveniência do armador. Assim, é importante analisar a responsabilidade de pagamento da taxa de utilização portuária.
House to house
A movimentação porta a porta ou door to door realiza a coleta diretamente no local do embarcador e a entrega no destino do comprador. Por esse motivo, abrange toda a operação logística. Ou seja, contratação de frete, desembaraço aduaneiro, seguro e transporte.
Pier to house
O porto a porto contempla uma mercadoria armazenada em terminal marítimo e que é embarcada em container por exigência do exportador ou conveniência do navio. Normalmente, existe um acréscimo no frete de exportação equivalente a 3%. Porém, pode ser de 10% se a mercadoria for importada. Ainda existe a taxa de sobre-estadia.
House to pier
A operação porto a porto, ou door to pier, é semelhante à house to house. No entanto, o container é esvaziado pelo armador no porto de descarga e já toma sua posse imediata. Enquanto isso, a mercadoria é disponibilizada ao consignatário ou entregue. Por isso, existe uma cobrança extra de 7% no frete de exportação e de 3% na importação. Ainda há a taxa de cobre-estadia.
Quais são as tecnologias da movimentação de cargas?
O propósito de trazer mais eficiência a essa operação requer o uso de tecnologia. Com os softwares certos, é possível ter uma visão mais clara de todo o processo. Isso permite realizar intervenções e melhorias, a fim de eliminar gargalos e automatizar processos.
Esses são apenas alguns dos benefícios obtidos. A questão é: em quais tecnologias realmente vale a pena investir para ter um bom retorno na operação? A resposta está em seguida.
Sistema de gestão de carga e estoque
O sistema de gestão de carga e estoque traz uma visão clara de todas as etapas realizadas no armazém. Assim, todas as informações são armazenadas e organizadas, facilitando o acesso aos dados. Com isso, o gestor também toma decisões mais acertadas, já que elas são orientadas por dados.
Esse software também traz outros benefícios. Por exemplo:
- Economia de tempo;
- Redução de custos;
- Gestão dos indicadores de performance;
- Redução da incidência de retrabalhos e falhas;
- Identificação de gargalos para realizar melhorias.
RFID
A Radio Frequency Identification é uma tecnologia que identifica os produtos, registra suas informações técnicas e permite seu rastreamento. Na movimentação de cargas, é bastante utilizada para localizar paletes, empilhadeiras, peças de alto valor agregado e caminhões.
WMS
O Warehouse Management System integra todos os processos da empresa, trazendo eficiência para a logística. No caso da movimentação de cargas, a principal contribuição do WMS é a execução adequada das atividades. Elas se tornam mais seguras e precisas, já que fica mais fácil conferir a hora da coleta e do despacho, por exemplo.
É importante reforçar que o WMS favorece todo o gerenciamento do estoque, justamente por ser um sistema de gestão de armazém. Com isso, toda a movimentação de mercadoria é controlada, tanto do fluxo de entrada quanto de saída.
Como tornar a movimentação de carga mais produtiva?
As tecnologias apresentadas já mostram como é possível ter mais produtividade na atividade logística. Contudo, quando o trabalho se refere à movimentação das cargas, algumas dicas extras ajudam a melhorar os resultados. Confira as principais.
Planeje e tenha metas claras
O ideal é saber exatamente o que deve ser feito e onde se deseja chegar. Isso ajuda a realizar melhorias e acompanhar os indicadores certos — em vez de observar métricas de vaidade, que pouco contribuem com a eficiência.
Portanto, verifique os tipos de operações realizadas e o que se planeja conseguir com elas para traçar metas claras. Por exemplo, você pode querer reduzir os gastos com transporte, então precisa definir qual é o percentual de redução desejada.
Padronize processos
Os processos padronizados são cruciais para o máximo de eficiência e produtividade. Assim, todos sabem o que devem fazer e em qual prazo precisam cumprir. Por isso, mapeie as atividades desde a movimentação da carga até a entrega ao consumidor final. A partir disso, padronize as ações e automatize aquelas que forem possíveis.
Controle os gastos
Uma situação comum é encontrar gastos desconhecidos. O ideal é levantar todos os custos referentes à movimentação da carga, como pagamento de motoristas, manutenção de veículos, equipamentos de segurança e mais. Com essa análise, você entenderá o impacto financeiro e quais áreas consomem mais capital. Dessa forma, ficará mais fácil criar estratégias de intervenção.
Tenha uma gestão de riscos e perdas
Os riscos na atividade de movimentação de cargas existem e precisam ser bem gerenciados. Recomenda-se adotar medidas voltadas para o planejamento e a prevenção de adversidades, como acidentes, roubos e problemas mecânicos. Aqui, também estão incluídas as normas a serem seguidas. Elas são importantes tanto para a segurança quanto para evitar multas e sanções.
Como evitar riscos na atividade de movimentação de cargas?
Os riscos existentes também podem ser evitados a partir de medidas simples. Veja alguns cuidados importantes.
Use os EPIs obrigatórios
Os equipamentos de proteção individual devem ser adequados à área de movimentação da carga. Eles servem para proteger os colaboradores de acidentes e lesões. Por isso, também interferem na produtividade dos funcionários. Alguns dos principais EPIs são:
- Luvas;
- Capacetes;
- Calçados de segurança;
- Protetores auriculares.
Ainda existem outros equipamentos de segurança bastante úteis nessa função. Por exemplo, ganchos para amarração de cargas, fitas e correntes.
Faça a manutenção de equipamentos
A manutenção é essencial em todos os setores. Por isso, atente a esse quesito desde os equipamentos de movimentação propriamente ditos — como esteiras e empilhadeiras — até os veículos da frota. Verifique possíveis defeitos e opte pela manutenção preventiva, sendo mais econômica e evita o aparecimento de falhas no processo.
Capacite os colaboradores
Os profissionais que trabalham movimentando cargas precisam ser bem treinados e capacitados para realizarem suas funções. Eles devem conhecer a NR 11 e outras normas regulamentadoras. Além disso, precisam saber aplicar as técnicas corretas para evitar acidentes. Isso depende de um trabalho contínuo e voltado para o aumento do conhecimento e da prática.
Assim, fica claro que a movimentação de carga é um trabalho essencial para qualquer empresa. Porém, ele requer a adoção de boas práticas para ser eficiente. Desse modo, você consegue obter melhores resultados para o negócio, independentemente do modal utilizado. Então, que tal se aprofundar nesse assunto? Veja como fazer a armazenagem e a movimentação de cargas nos portos.