Conheça o Porto de Santarém e sua importância!

  • 26/07/2022
  • 12 minutos

Localizado no estado do Pará, o Porto de Santarém abrange uma área de quase 500.000,00 m². Fica à margem direita do Rio Tapajós e está por volta de 3 km distante da confluência com o Rio Amazonas — e a uma distância fluvial de 876 km de Belém. A construção do porto teve início no ano de 1971, e sua administração é de responsabilidade da Companhia Docas do Pará (CDP).

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Entre suas principais operações, estão as com granéis sólidos de origem vegetal e fertilizantes, bem como operações com granéis líquidos derivados de petróleo — por exemplo, combustíveis e gás liquefeito de petróleo (GLP). Além disso, opera com passageiros — tanto fluviais quanto originários de cruzeiros — e cargas gerais.

Continue a leitura e descubra mais sobre esse estratégico porto da região Norte!

Como funciona a instalação do Porto de Santarém?

Administração

A gestão do Porto de Santarém é feita no modelo “Landlord Port”. No caso, o Estado se responsabiliza pela infraestrutura e o setor privado, por sua vez, pela chamada superestrutura — a condução das relações econômicas que compõem a infraestrutura —, assim como pela operação portuária, na forma de arrendamentos (concessões).

Operações

Os granéis sólidos de origem vegetal estão entre os principais itens operados no Porto de Santarém. Esses grãos se originam, especialmente, do estado do Mato Grosso e são transportados, no geral, por embarcações fluviais.

Acessos

O Porto de Santarém é um porto estratégico, pois integra os modais rodoviário e hidroviário, com o recebimento e a distribuição de mercadorias que chegam por:

  • acessos rodoviários — BR-163 (Cuiabá-Santarém) e BR-230 (Transamazônica); 
  • acessos fluvio-marítimos — a partir do Rio Pará ou Rio Amazonas até a foz do Rio Tapajós.

Estrutura

O Porto de Santarém conta com as estruturas a seguir.

  • Píer 100: em formato de “L”, possui os berços de atracação 101 e 102, com, respectivamente, 200 e 185 metros de extensão. É destinado às operações com granéis sólidos e cargas gerais e estruturado para embarcações de até 30.000 TPB.
  • Dolfins 200: sendo quatro de atracação e um de amarração. Eles têm o mesmo alinhamento do píer 100 e formam o berço 201, com 185,6 metros de extensão. São destinados às operações com granéis sólidos e estruturados para embarcações de até 55.000 TPB.
  • Cais Fluvial 300: localizado na área interna do píer 100, forma o berço de atracação 301, com estrutura para receber tanto embarcações mistas de passageiros quanto cargas gerais.
  • Terminal de Granel Sólido 400: situado à jusante do píer 100, esse terminal é propriedade arrendada à multinacional Cargill. Conta com cinco dolfins de atracação e dois de amarração e seus berços, 401 e 402, são destinados, respectivamente, às operações com navios e barcaças graneleiras.
  • Rampa Fluvial (RP): localizada à margem direita do cais fluvial, serve a operações com barcaças no sistema “ro-ro”, ou seja, cujas cargas entram e saem fazendo uso de suas próprias rodas, por exemplo, automóveis.
  • Terminais de Granéis Líquidos: também são terminais arrendados e destinam-se às operações com combustíveis por meio de balsas-tanques.
  • T01: terminal arrendado à empresa Fogás, destinado ao transporte de combustíveis.
  • T02: terminal arrendado à empresa Raizen Shell, destinado ao transporte de combustíveis.
  • T03: terminal arrendado à empresa Equador, reservado ao transporte de combustíveis.

Armazenagem

As instalações de armazenagem de cargas do Porto de Santarém são compostas por:

  • 1 armazém com área/volume de 6.894 m² e capacidade de 60.000 t (arrendamento à empresa privada);
  • 2 armazéns com área/volume de 1.500 m² e capacidade de 4.500 m3 (porto público);
  • 2 galpões com área/volume de 1.500 m² e capacidade de 4.500 m3 (porto público);
  • 2 galpões com área/volume de 900 m² e capacidade de 2.700 m3 (porto público);
  • 1 pátio com área/volume de 4.100 m² e capacidade de 700 TEUs (porto público);
  • 1 pátio com área/volume de 4.750 m² e capacidade de 750 TEUs (porto público);
  • 1 silo com área/volume de 2.000 m3 e capacidade de 1.500 t (arrendamento à empresa privada);
  • 6 tanques com área/volume de 400 m3 e capacidade de 60 t (arrendamento à empresa privada);
  • 8 tanques com área/volume de 700 m² e capacidade de 5.530 m3 (arrendamento à empresa privada);
  • 8 tanques com área/volume de 2.960 m² e capacidade de 800 m3 (arrendamento ao Equador).

Além disso, possui área de retroporto estruturada para receber a implantação de projetos com a finalidade de escoar a produção de grãos da Região Centro-Oeste.

Qual é o seu impacto na economia brasileira?

O Porto de Santarém constitui-se como um dos mais relevantes pontos de carga e descarga nos portos da região do Baixo Amazonas. Tem localização geográfica privilegiada e é amparado por excelentes condições hidrográficas.

Por estar próximo às principais regiões produtoras de grãos e relativamente perto dos centros importadores de mercadorias brasileiras, tal posição acaba por reduzir custos com transportes, tornando-o um ponto estratégico, sobretudo, para escoamento de soja e milho.

Quais são os principais desafios encontrados em seu funcionamento?

Um dos principais desafios, de acordo com o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) Portuário do Porto de Santarém, está na falta de contingente de recursos humanos responsável pelo Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGA) dos portos e terminais da CDP. No entanto, ainda segundo o PDZ, isso não tem impedido, na medida do possível, o cumprimento das normas, tanto da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) quanto da legislação ambiental e de regulação dos portos brasileiros.

O que prevê o Plano Mestre do Porto de Santarém para os próximos anos?

A seguir, listamos as projeções do Plano Mestre do Porto de Santarém para 2025.

  • Soja (t): 6.350.707;
  • Combustíveis (t): 228.193;
  • Milho (t): 920.689;
  • Madeira (t): 109.879;
  • Contêiner (t): 204.570;
  • Contêiner (TEUs): 24.011;
  • Fertilizantes (t): 1.055.990.

O que o Porto de Santarém tem de novidade aos interessados na modalidade de granéis sólidos?

A CPD está abrindo uma nova modalidade no Porto de Santarém: a operação de transbordo. O transbordo consiste na entrada de determinadas mercadorias no território aduaneiro de um país. Elas são então transferidas de um meio de transporte a outro e, por fim, deixam o mesmo porto, seguindo para outro destino.

Essa nova modalidade de operação poderá ser feita com o navio ancorado em uma coordenada geográfica preestabelecida. Até o primeiro quadrimestre de 2022, a CDP ainda está em processo de obtenção de licenciamento ambiental e anuências exigidas. As operações, portanto, ainda acontecerão em caráter de teste, e será de responsabilidade dos interessados obter suas próprias autorizações.

O futuro parece promissor com relação às operações nos portos do chamado Arco Norte, e, entre eles, o Porto de Santarém figura entre os mais relevantes.

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