Você conhece o Porto de Rio Grande? Confira estas informações

  • 02/02/2021
  • 11 minutos

Em um país com uma costa tão extensa como o Brasil, a atividade portuária é imprescindível para a logística de importação e exportação e para a movimentação geral de cargas em seu território.

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Portanto, claro, a distribuição geográfica desses terminais é vital para atender todas as necessidades do nosso mercado. É muito importante entender como utilizar da melhor forma possível a infraestrutura de 37 instalações portuárias públicas de carga que possuímos.

Neste artigo, queremos falar sobre o Porto de Rio Grande, um desses exemplos de terminal com localização estratégica e espaço para crescimento econômico da região e de toda a nação. Com ajuda de Fábio Saraiva, gerente de Agenciamento – RS/SC, vamos conhecer mais a fundo seu potencial. Continue lendo.

Conheça o Porto de Rio Grande

A pouco mais de 300 km de Porto Alegre, o Porto de Rio Grande é a estrutura mais importante do tipo no extremo Sul do Brasil. Gerenciado atualmente pela Portos RS, com sua implantação de fato ocorrendo ainda no início do século XX.

Em 2019, foram movimentadas 38,2 milhões de toneladas em carga, e a projeção é de aumento desse número em 2020 mesmo com a retração econômica gerada pela pandemia.

O complexo engloba as instalações de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, tamanho que confere a ele o terceiro lugar no ranking brasileiro que leva em conta infraestrutura, profundidade de seu canal e berços de atracação. É uma grande alternativa ao Porto de Santos e o Porto de Paranaguá.

Recentemente, foram concluídas as obras de aprofundamento do calado, o qual foi homologado para 15 metros. A partir desse investimento, o complexo poderá receber navios de porte ainda maior e se tornar uma referência definitiva para a região.

Entenda a posição desse porto no comércio nacional

Essa importância já é bastante conhecida por afretadores (charterers) e armadores (owners) e demais profissionais de agenciamento marítimo no Brasil e nos países vizinhos, que utilizam a infraestrutura para escoar e receber carga no comércio global.

A infraestrutura contempla não só as instalações do porto, como também armazéns e retroárea, bases de operação e até o suporte a embarcações de apoio offshore.

“No Complexo Portuário de Rio Grande, os armadores e afretadores encontram a facilidade de escoamento dos principais segmentos de matérias-primas que o mundo consome atualmente”, Fábio nos explica.

Entre esses tipos de carga, ele destaca:

  • granéis — soja, arroz, trigo e milho;
  • madeira — toras e cavaco;
  • químicos — soda cáustica e derivados de combustíveis;
  • fertilizantes — ureia, fosfatados, cloretos.

Essa infraestrutura completa e sua posição geográfica atrai não só diversos produtores de estados brasileiros como também a utilização por nossos vizinhos. A proximidade do Porto de Rio Grande com a Argentina e o Uruguai traz, inclusive, a produção e o investimento desses países para reforçar laços comerciais.

Com todo esse poder atrativo, o complexo hoje vem em crescente expansão de suas atividades. Em junho de 2020, no meio de uma pandemia que parou o mundo inteiro, Rio Grande bateu seu recorde de movimentação de cargas.

Foram 1,58 milhão de toneladas a mais do que o ano anterior, um aumento de 16,16% em relação ao mesmo período de 2019, puxado principalmente pelo granel. Até setembro de 2020, a movimentação total já ultrapassava os 30 milhões de toneladas, uma indicação de que será possível igualar, senão superar, os números do ano anterior.

Saiba mais sobre os desafios enfrentados para seu crescimento

Atualmente, o Porto de Rio Grande está em uma posição muito favorável para ser um dos motores de desenvolvimento econômico do país. Os desafios para alcançar esse potencial, como praticamente todos os terminais portuários brasileiros, está na infraestrutura em seu entorno.

Fábio aponta um vilão já conhecido de quem trabalha na área: “os custos com logística nas estradas gaúchas é muito alto e isso encarece o transporte da carga até Rio Grande”. Sem mais investimentos em estradas, ferrovias e hidrovias, o gargalo do escoamento produtivo no país estará sempre no caminho entre os produtores e os portos.

Em questão de logística interna e operação, os resultados de 2020 demonstram claramente que qualquer desafio pode ser superado por um complexo portuário bem gerido. Com a pandemia afetando a economia global, Rio Grande continua sendo uma referência de transporte internacional de cargas e consegue manter sua operação em crescimento.

Acompanhe as perspectivas para o futuro

Quando analisamos em conjunto os resultados de movimentação de cargas em meio à pandemia e o novo calado que permite navios ainda maiores atracarem no porto, notamos como são positivas as perspectivas para o futuro.

Essa é uma busca da própria gestão de Rio Grande. “O Porto está tratando a mudança no seu modelo de gestão juntamente ao Governo do Estado e à Antaq”, explica o nosso convidado.

Para o gerente de Agenciamento no Sul do país, a região verá ainda mais investimentos na infraestrutura e no escoamento de carga no futuro:

“O alinhamento da Autoridade Portuária com a Secretaria Nacional de Portos, bem como as tratativas com os representantes do Distrito Industrial em Rio Grande, buscam novos investimentos em forma conjunta nas áreas disponíveis da cidade e a eliminação eventual de antigos gargalos.”

É um ciclo virtuoso que já está em movimento. A expectativa é que haja um novo crescimento, na casa dos 10%, para a movimentação em 2021 — alavancada pelo projeto de equalização da tributação para produtos importados.

E toda essa nova produção passando pelo complexo atrai novos investimentos que, por sua vez, permitem ainda mais estrutura para movimentação de carga. A profundidade do calado será o início dessa transformação que, certamente, vai refletir na infraestrutura de toda a região Sul.

A perspectiva mais interessante nesse cenário é que o terminal se consolide como o maior concentrador de cargas do Cone Sul, fortalecendo essa frente comercial entre estados da região e países vizinhos e disponibilizando uma posição geográfica interessante para comércio em várias partes do mundo.

É uma vocação que já existe no Porto de Rio Grande desde sua concepção, um século atrás. Um complexo tradicional, porém cada vez mais moderno e atrativo para novos investimentos. Uma verdadeira referência para a economia brasileira.

E então, ficou alguma dúvida sobre os números do Porto de Rio Grande? Já chegou a movimentar cargas no complexo? Conte sua experiência aqui nos comentários!