Conheça os 7 diferentes tipos de plataformas de petróleo!

  • 28/12/2020
  • 12 minutos

O universo das plataformas é vasto. A exploração e produção no mercado de O&G — Oil and Gas — exige uma evolução constante de processos, estruturas e tecnologias de ponta.

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Foi nessa busca por eficiência, sustentabilidade e capacidade produtiva que passamos das primeiras extrações onshore para os tipos de plataformas de petróleo offshore que vemos hoje — capazes de buscar a matéria-prima em alto-mar e em condições desafiadoras como as do pré-sal.

Quer entender melhor sobre todos os tipos de estrutura que derivaram dessa constante evolução e pesquisa? Com o apoio de Gilberto Cardarelli, diretor executivo da Wilson Sons (base de apoio offshore), montamos uma lista com os 7 principais tipos de plataformas. E se preferir ouvir e ver este conteúdo, confira o vídeo ao final da postagem. Acompanhe.

1. Fixa

Antes de apresentar todos os itens nesta lista, vale notar que uma das distinções principais no assunto, levantada por Gilberto Cardarelli, é que existem duas categorias de plataforma: de perfuração e de produção.

“As plataformas de perfuração de poços atuam na exploração e desenvolvimento do campo, onde os poços são perfurados para uma futura produção de petróleo” — afirma o profissional com 30 anos de experiência na área de operação de plataformas offshore, e há 6 anos no Grupo Wilson Sons. “Depois de o campo de petróleo ser descoberto, é feito o mapeamento para a localização dos poços produtores. Normalmente, são perfurados de 20 a 30 poços nos campos maiores”, conta.

A plataforma fixa é um exemplo de estrutura desenhada para fazer a produção, mas que também pode ser utilizada na perfuração. Sua principal característica é a fixação por meio de estacas de aço no solo marítimo. A sua instalação é viável em águas rasas com até 120m de profundidade.

2. Autoelevável

A plataforma autoelevável tem uso semelhante ao da plataforma fixa — também é planejada para uso em águas rasas, não passando dos 130 metros. As diferenças estão na finalidade exclusiva de perfuração e, principalmente, em sua mobilidade. Com um mecanismo de macaco hidráulico, pinhão-cremalheira, ela é capaz de se estabelecer em um ponto, realizar seu trabalho, baixar a estrutura e flutuar para ser movida para outra locação.

Geralmente, como explica Gilberto, uma plataforma fixa é instalada no local perfurado assim que a autoelevável termina o serviço. “Normalmente não é a mesma plataforma porque ela tem um sistema de mobilidade que é caro, então não compensa usá-la sem tirar proveito dessa característica”.

Segundo ele, é um tipo muito popular no mundo todo, mas quase não mais utilizado no Brasil — já que nosso petróleo se encontra em águas profundas.

3. Semissubmersível

A estrutura de uma plataforma semissubmersível é do tipo catamarã na maioria dos casos. Essa configuração foi resultado de pesquisa e evolução tecnológica no setor que buscava a exploração e produção em águas profundas.

Assim, a unidade é ancorada (utiliza geralmente 8 âncoras), sendo capaz de se mover com facilidade e agilidade para uso em águas entre 100m e 2.000m de profundidade.

Pode-se utilizar a semissubmersível tanto para perfuração quanto produção, porém essa escolha é feita previamente — a embarcação já sai do estaleiro preparada para uma das duas finalidades. Foi um tipo de plataforma muito utilizada nos anos 1970 e 1980, sendo que, ainda hoje, versões mais modernas para águas ultraprofundas são concebidas em menor escala.

4. TLWP

TLWP é a sigla para Tension Leg Wellhead Platform, tecnologia criada por um norueguês para extração principalmente nos mares árticos. A ideia foi partir de uma semissubmersível e prendê-la ao fundo do mar com cabos de aço tensionados presos em estacas cravadas no fundo do mar.

Essa tecnologia permitiu criar uma plataforma estável com sistema “seco” de produção, porém, em lâminas d’água de até 1.000m de profundidade. Segundo Gilberto, é uma instalação complicada e com operação complexa. Considerando as condições climáticas no Brasil, além de lâminas mais profundas, sugere-se o tipo de unidade flutuante de produção.

5. Navio-sonda

A plataforma do tipo navio-sonda de posicionamento dinâmico é muito utilizada para a perfuração em águas ultra profundas — chegando a 3.500m de profundidade. Sua função primária é para a perfuração e teste de produção dos poços que serão explorados no futuro.

Sua característica híbrida é o que torna o modelo mais prático para as empresas. “Ele tem melhor performance que o semissubmersível e, por ser um navio, se desloca com mais agilidade entre locações, além de cobrir distâncias continentais em menor tempo”, explica Gilberto, “também é mais estável, já que no semissubmersível o convés fica muito alto.” O navio-sonda também utiliza sensores acústicos e propulsores para cortar ondas e mitigar a ação dos ventos, mantendo assim a plataforma mais estável.

6. FPSO

Geralmente, a plataforma FPSO é a responsável pela produção no local perfurado por um navio-sonda. A sigla vem de Floating Production Storage Offloading (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência), modelo que surgiu nos anos 1990.

Ao contrário da ideia que se tem como sendo uma plataforma, a FPSO é um grande navio tanker com capacidade de armazenagem que faz todo o trabalho de extrair o petróleo e armazená-lo pelo tempo necessário até que seja possível a transferência para o shuttle.

Assim como o navio-sonda, é capaz de trabalhar até em águas ultra profundas, chegando aos 3.000m. Gilberto aponta que é um modelo de ampla adaptabilidade às condições no Brasil, sendo o mais utilizado para essa finalidade.

7. FPSO Monocoluna

Uma variante da FPSO tradicional, a plataforma neste modelo monocoluna é descrita por Gilberto como “um balde gigante dentro da água”. É uma maneira simples de entender a ideia por trás dela, uma versão reduzida e de casco redondo de sua variante maior.

Assim como a FPSO, é capaz de extrair e armazenar óleo bruto para depois transferi-lo a outros navios de transporte. Segundo o diretor executivo da Wilson Sons, o modelo não é tão utilizado no Brasil como o anterior, que é o mais popular no país com certa folga para uso em águas profundas.

“Um dos pontos negativos do monocoluna é que, quando o mar fica agitado, o navio faz um movimento vertical excessivo (heave), que pode estressar as linhas de produção num curto período com o mar muito agitado “.

Mas isso não significa que um modelo se sobressaia aos outros. Afinal, a variedade de modelos existe porque cada país tem seu litoral e seus campos de petróleo em locais com características específicas, exigindo um tipo determinado de embarcação, mais adequada e compatível com a tecnologia da época em que o campo foi desenvolvido.

Essa é uma caminhada que nunca será interrompida. Com pesquisa e desenvolvimento no setor, veremos projetos eficientes, inteligentes e seguros em uma crescente. Assim, o mercado de E&P se mantém aquecido e os riscos de vazamento de petróleo no mar se tornam cada vez mais remotos.

Vídeo: 7 tipos de plataforma de petróleo

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