Veja os cuidados necessários no transporte e armazenamento de derivados
- 27/09/2022
- 13 minutos
O transporte e armazenamento de Óleo e Gás (O&G) é uma das áreas da logística marítima e rodoviária que mais exigem cuidados de todas as partes envolvidas. Além de produtos valiosos e importantes para a economia, tais recursos podem causar acidentes e consequências ambientais graves, caso não sejam manuseados adequadamente.
Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo!
Quais são os principais pontos de atenção nesse processo? Quais cuidados são fundamentais? Com a participação de Juliano Antunes, superintendente de terminais Nordeste e Centro-Oeste ODFJELL Terminals, vamos responder a esses questionamentos. Continue lendo.
Por que ter cuidado no transporte e armazenamento de Óleo e Gás?
Mesmo que uma pessoa não esteja inserida na rotina do setor, é fácil ter noção da importância de transportar óleo e gás (oil and gas) da maneira mais eficiente e segura possível.
Da economia gerada pela racionalização de procedimentos até as consequências ambientais desastrosas de acidentes, é um senso comum que esse tipo de carga precisa de um preparo especial e atenção na hora de ser transportado.
Para quem está na área, isso é ainda mais importante. Adequar etapas, ferramentas e veículos (rodoviários e marítimos) ao frete (freight) otimizado no O&G impacta o desenvolvimento do setor, a capacidade produtiva e a adequação às normas e leis vigentes no país.
Com todos esses cuidados, o transporte de derivados funciona como nasceu para funcionar: a distribuição de energia e a fomentação do comércio internacional distribuído de modo seguro pelas vias em terra e mar.
Como é feito o transporte de petróleo ou derivados (Óleo e Gás)?
Para falar sobre o afretamento marítimo (maritime chartering) no setor de O&G, precisamos unir seus dois pilares principais: o armazenamento e o transporte propriamente dito. Como se trata de um produto de alto risco, todas as etapas precisam levar em conta determinações governamentais rígidas e a fiscalização constante de órgãos responsáveis.
Segundo Juliano, “tudo que é feito em relação à armazenagem de O&G tem que seguir as normas da ABNT NBR 17505, da agência reguladora, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), e órgãos como Corpo de Bombeiros e agência ambiental”.
O texto normativo detalha todos os elementos a serem levados em conta na hora de resguardar e proteger líquidos inflamáveis e combustíveis, desde os recipientes mais adequados até a instalação de componentes elétricos, tubulações, a movimentação apropriada entre tanques no preparo para o transporte, entre outros.
Obrigações complementares também são impostas pela ANP para garantir uma padronização em processos logísticos que facilitem o controle e a proteção da carga, desde as plataformas em alto-mar até as refinarias e terminais marítimos. Então, por meio de tubulação especializada, a carga segue para locais de armazenamento e caminhões-tanque — responsáveis por levar o produto bruto até as refinarias.
Quais são os principais cuidados nesse processo?
Ter comprometimento com a segurança no transporte marítimo e armazenamento em portos de cargas de O&G é fundamental para as empresas do setor. Investimento e preparo garantem um comércio lucrativo, o desenvolvimento de toda a região e a sustentabilidade da exploração de matrizes energéticas.
Veja o que as empresas de óleo e gás levam em conta para esse nível de confiabilidade.
Adequação às leis e às normas
Como já apontamos no tópico anterior, existem diversas regulamentações vigentes que servem de guia para assegurar procedimentos de transporte seguros, com otimização produtiva em suas etapas fundamentais — principalmente na hora da carga e descarga de tais produtos.
Portanto, o primeiro passo deve ser o conhecimento das normas e o investimento em equipamentos, materiais e treinamento de pessoal para garantir um transporte tranquilo.
Escolha correta de materiais e embarcações para o transporte
Falando nesses investimentos, escolher os meios certos de transporte no O&G não só protege pessoas e o meio ambiente, como aumenta a capacidade de comercialização de recursos com o aproveitamento máximo de porões, plataformas e navios.
“A maioria deles utiliza tanque em aço carbono, porque há uma taxa de corrosão muito controlada e mínima”, explica Juliano. Existem ainda outros materiais que ele aponta, como aço inoxidável e resina de alta resistência, capazes de reduzir a incidência de corrosão responsável por vazamentos.
É interessante notar, inclusive, que esses recipientes precisam não só ter os componentes certos como as condições ideais de armazenamento. Isso é principalmente importante no O&G. O maior exemplo disso é o controle da temperatura para armazenagem e condução de óleos pesados, onde é preciso haver o isolamento dos tanques e tubulações e, em alguns casos, manter o tanque aquecido”, detalha Juliano.
Já no gás natural, é preciso resfriar em vez de aquecer. Ele pode ser transportado em temperatura ambiente, em navios “totalmente pressurizados” de até 4.000 m3 de capacidade. Outra alternativa é o transporte na forma liquefeita com navios “totalmente refrigerados para gás natural”, com temperaturas de até 48 graus centígrados negativos. Nesse caso, o tamanho dos navios podem variar de 10.000 m3 até 100.000 m3.
Garantia de segurança na carga e descarga
Podemos dizer que a transferência de carga entre recipientes é mais crítica ainda do que seu transporte. Afinal, o segundo caso exige apenas as boas condições da embarcação e uma tripulação preparada, enquanto carga e descarga lidam com conexões, tubulações e manobras mais complexas, que podem ser responsáveis por acidentes.
“Todos os ativos como navios, dutos tanques, mangotes e demais instalações e acessórios utilizados no transporte de produtos devem ter inspeções rotineiras, como previsto nas normas, a fim de prevenir acidentes e manter a integridade da carga”. Nesse caso, além das regulamentações, é importante seguir as determinações e capacidades do próprio terminal portuário em que a operação será realizada.
“É preciso levar em consideração que o navio, às vezes, fica 40 ou 50 horas bombeando o produto para o terminal. E, com a variação da maré, o mangote que conecta o navio até os dutos de transferência pode sofrer deformações, restringindo a sua geometria e aumentando a pressão interna, fazendo com que venha a romper. Portanto, é de extrema importância o acompanhamento contínuo, desde o início até o final das operações”, alerta Juliano.
Ou seja, o maior cuidado nesse momento do transporte está não só no respeito às normas, como no controle em tempo real da operação de O&G — desde inspeções antes do início do embarque/desembarque até o monitoramento de transferência.
Atuação de uma empresa de agenciamento marítimo (shipping agency)
Esse cuidado listado aqui garante desenvolvimento para empresas, segurança para trabalhadores, eficiência para portos e desenvolvimento para a sociedade. É por isso que não há espaço para o despreparo no setor de óleo e gás.
E, nesse cenário, o agenciamento marítimo tem um papel muito importante. O serviço é responsável por fazer essa ponte entre todas as partes envolvidas e desenrolar o processo da forma mais objetiva e eficiente para todos.
Inclusive, uma das grandes apostas para o futuro é que a tecnologia se torne a maior ferramenta de desenvolvimento de técnicas e equipamentos que impulsionam o mercado de Óleo e Gás.
Quem investe em inteligência portuária, para transporte e armazenamento do O&G, garante o máximo da união entre segurança e produtividade. O papel de uma empresa especializada é exatamente possibilitar essa nova era.
Que tal então conhecer uma solução capaz de trazer inovação e otimização para o setor? Acesse o site da Wilson Sons e entre em contato!