DockTech conclui nova rodada de investimentos de US$ 2,5 milhões com a participação da Wilson Sons e de fundos de venture capital
- 28/11/2022
- 5 minutos
Startup israelense recebe aportes financeiros para dar escala a coleta dinâmica
de dados de profundidade em vias navegáveis e aprimorar a tecnologia.
Fundada pelo empreendedor e ex-oficial da Marinha Israelense Uri Yoselevich,
a startup DockTech, por meio da tecnologia de gêmeos digitais e análise massiva
de dados, desenvolveu uma solução que utiliza dados batimétricos (medição da
profundidade) coletados por rebocadores e embarcações de apoio portuário para
criar uma representação virtual do leito marinho dos portos e vias de navegação.
Desta forma, por meio de sua solução, é possível acompanhar em tempo real a
profundidade dos canais e entender como o padrão de assoreamento dos portos
pode afetar a segurança da navegação e o transporte de cargas.
Atualmente, a startup já possui operações ativas em cinco países, contabilizando
95 embarcações monitoradas em 35 localidades. Além de monitorar os portos
do Brasil, por meio da frota de 80 rebocadores da Wilson Sons, a startup opera
nos Estados Unidos (Tampa Bay), Colômbia (Barranquilla), Romênia (Danúbio)
e Israel (Ashdod e Danchor).
“Nos últimos meses, a DockTech obteve feedbacks positivos e muitos insumos
para trazer o seu produto até o estágio atual. Os últimos testes no Brasil, nosso
maior mercado atualmente, e em outras partes do mundo, nos mostram que os
insights gerados pela nossa tecnologia ajudam os portos na gestão diária de
suas operações. Se pudermos, com o uso da nossa tecnologia, evitar custos
desnecessários através de um planejamento mais assertivo das dragagens, e
permitir que mais carga seja embarcada nos navios, por exemplo, estaremos
cumprindo a nosso propósito”, disse o CEO e cofundador da DockTech, Uri
Yoselevich.
Maior operador integrado de logística portuária e marítima do Brasil, a Wilson
Sons vem reforçando seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade no
mercado nacional. Com um novo aporte, a companhia aumentou a sua
participação minoritária na DockTech e, assim, juntamente com outros
investidores estrangeiros, ajudou a startup a levantar cerca de US$ 2,5 milhões.
A nova rodada de investimentos também contou com a participação dos fundos
de venture capital theDOCK (Israel) e Cultivation Capital (EUA), além de alguns
investidores individuais. Os recursos captados vão apoiar a startup no
desenvolvimento de novas aplicações, em prospecção comercial, além de dar
escala ao produto.
“A infraestrutura portuária mundial ainda não possui instrumentos capazes de
monitorar em tempo real a profundidade dos canais de navegação e acesso aos
berços de atracação. A nossa solução possibilita fazer essa medição de forma
dinâmica e, assim, evitar restrições de calado operacional, uma das maiores
dores do mercado portuário”, explica Yoselevich.
Vale salientar que em dezembro do ano passado, a Wilson Sons e a DockTech
assinaram um importante passo no desenvolvimento da tecnologia. Trata-se do
acordo de cooperação técnica assinado com a Santos Port Authority (SPA), um
relevante marco para aperfeiçoamento e uso da tecnologia no Porto de Santos,
o maior complexo portuário da América Latina. Após este acordo, a startup vem
provando o valor de sua solução, com cartas de intenção assinadas em diversos
outros portos brasileiros, como com CODESA, Praticagem do Rio de Janeiro,
Porto do Açu e Portos RS.
“Com a tecnologia desenvolvida pela DockTech, somos capazes de coletar
dados em tempo real, 24 horas por dia, mapeando as variações no leito marítimo.
Assim, evitamos restrições de calado dos navios e aumentamos a segurança da
navegação, permitindo também a otimização dos investimentos em dragagem
nos portos brasileiros”, disse Eduardo Valença, diretor de transformação digital
da Wilson Sons.