Ultramaratonista gaúcho completa prova no deserto da Namíbia como o único paratleta
- 01/12/2021
- 5 minutos
Vladmi dos Santos, atleta cego patrocinado pela Wilson Sons/Tecon Rio Grande, diz que esta foi
uma prova de “renascimento”
O ultramaratonista gaúcho deficiente visual Vladmi dos Santos participou de sua primeira
ultramaratona internacional depois da pandemia. Vladmi, patrocinado pela Wilson Sons
através do Tecon Rio Grande, correu, entre os dias 22 e 31 de outubro, a Namib Race, uma
corrida a pé de 7 dias e 250 km ocorrida em pleno deserto da Namíbia, na África, o mais antigo
do mundo e que conta com as maiores dunas do planeta, chegando a 344 metros de altura.
Com a participação de atletas de mais de 30 países, ele foi o único paratleta, reforçando seu
papel inclusivo e social no universo do esporte.
Ao longo de uma semana, os competidores experimentaram algumas das paisagens desérticas
mais impressionantes e icônicas do continente africano, que inclui planícies, montanhas,
enormes extensões de dunas de areia e paisagem lunar, além de ondas do Atlântico que
quebram contra a linha da costa do deserto arenoso e uma fascinante variedade de plantas e
animais.
Este foi o sétimo deserto que Vladmi cruzou ao longo de sua carreira como atleta, tendo
enfrentado a pé outras centenas de quilômetros destas extensões terrestres como no Atacama,
Sahara e Gobi. Para a prova na Namíbia, Vladmi contou com o auxílio de um atleta-guia
norte-americano, que fez questão de participar da prova com o brasileiro. Aos 50 anos de
idade, o ultramaratonista se sentiu revigorado na primeira competição internacional desde
2019, ocorrida na Nova Zelândia. “Esta prova foi dura e árdua por se tratar de um deserto
bastante desafiador, em que enfrentamos 48 graus no sol e 39 graus na sombra. Mas
conseguimos fazer as metas diárias e chegamos inteiros”, conta. “No entanto, mais importante
é que esta prova também significou um renascimento para todos nós após a pandemia“.
Sobre Vladmi dos Santos
O paratleta Vladmi Virgílio Moreira dos Santos, 50 anos, é natural da cidade do Rio Grande, no Rio
Grande do Sul. Desde a infância, tem a corrida pulsando em suas veias. Em 1977, no auge de seus sete
anos ele já participava de competições de 1.500 metros até 14 quilômetros por lazer, nos jogos escolares.
Aos 16 anos ingressou na carreira militar na Marinha do Brasil e, a partir de 1987, participava dos
grupos de atletismo. Formou-se na Força Naval pela Escola de Aprendizes Marinheiros em Florianópolis
(SC), no Quadro de Administração e apoio no ano de 1988. Em 1993 ingressou no 6º Batalhão de Polícia
Militar e, em seguida, passou por diferentes áreas profissionais, aposentando-se como portuário no
Terminal de Contêineres do Porto do Rio Grande (Tecon Rio Grande).
Aos 34 anos, em 2004, perdeu a visão devido a uma doença macular incurável e foi na corrida que o
paratleta buscou forças para seguir em frente, passando por um processo de aceitação e de
transformação de sua vida buscando recuperar sua identidade.
Desde 2007, como atleta paraolímpico conquistou diversos títulos nacionais e internacionais, sendo seis
vezes vencedor da Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro e campeão das Maratonas
Internacionais de São Paulo e Santa Catarina, além de campeão nas maratonas de Trieste na Itália,
Genebra na Suíça, Amsterdã na Holanda, Berlim na Alemanha e Lisboa em Portugal. Além disso, as
ultramaratonas vieram como um complemento desafiador. O paratleta também possui o recorde
panamericano na maratona para deficiente visual conquistado em Genebra no ano de 2009, e foi
nomeado, em 2016, Embaixador da Beira Baixa em Portugal.
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